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terça-feira, 6 de dezembro de 2016

PRESIDENTE DA ALERJ PREVÊ MAIS IMPOSTOS, CRITICA PEZÃO E DIZ QUE CABRAL É "MELHOR" DO PMDB

Jorge Picciani, 61, está no meio do furacão em que se transformou a crise econômica e fiscal do Rio de Janeiro. Presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio) e do PMDB estadual, o deputado vai comandar a partir desta terça-feira (6) as votações das polêmicas medidas de austeridade enviadas à Casa pelo governador Luiz Fernando Pezão, do seu partido.

Em entrevista ao UOL, Picciani falou sobre o conjunto de projetos --apelidado de "pacote das maldades" por servidores públicos que protestam desde o mês passado contra as iniciativas e que chegaram a invadir a Alerj--, e sinalizou que o aumento de impostos sobre alguns produtos e serviços deve ser aprovado pela Casa.
Dos 22 projetos originais, nove saíram da pauta. Os 13 restantes devem ser votados até o dia 15. As medidas planejadas pelo governo resultariam em saldo positivo de R$ 27,8 bilhões nas contas de 2017 e 2018 e incluíam cortes de gastos, aumento de receita mediante maior contribuição previdenciária e extinção de programas sociais.
Esta previsão agora é ao menos R$ 12 bilhões menor.
Entre diversas e contundentes críticas ao Executivo --chegou a declarar que "o governo não existe"--, o deputado disse ter alertado Pezão há mais de um ano e meio sobre a necessidade de "tomar medidas imediatas" e criticou o governador por não ter se antecipado à crise: "ele nada fez".
PIcciani se esquivou sobre o fato de ser presidente regional do mesmo partido que o governador: "Eu não estou aqui para cuidar da questão do governo. Eu sou o presidente do Parlamento. Tem o líder do governo e o líder do partido do governador, do meu partido."
O UOL solicitou entrevista com o governador para que ele pudesse comentar as declarações de Picciani, mas foi informado por sua assessoria de imprensa que "não há disponibilidade na agenda no momento".
O presidente do PMDB estadual, por sua vez, elogiou o antecessor de Pezão, o ex-governador Sérgio Cabral, preso desde o mês passado e indiciado por suspeita de encabeçar um esquema de pagamento de propina em obras do Executivo.
"É o melhor quadro que o PMDB tem", declarou.
Leia a seguir alguns dos principais trechos da entrevista:
Crise no Rio
"É a maior gravidade que já se viveu. No ano de 2015, nós já vínhamos do país com PIB zero, estagnado em 2014. Naquele ano, o governador Pezão mandou a esta Casa 47 projetos de lei que oneraram a folha de pagamento para o ano seguinte em R$ 11 bilhões.
Os sinais estavam evidentes de uma piora da economia.

E essa situação vai se agravar. Por isso, eu estou com o desgaste de ter que dizer aos sindicatos que eu tenho que levar adiante essas votações. Mas eu acho que tem que ter ajuda da União. O Estado do Rio vai entrar em colapso social e vai arrastar o Brasil."


Gustavo Maia Do UOL, no Rio

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