E.L.S.N., 27 anos, abandonou o filho, de apenas 4 anos, nesta terça-feira (8), na Escola “Virginia Athayde Coelho”, no bairro Alto Amarelo, em Cachoeiro de Itapemirim, sob a alegação de que “não tem sentimento pela criança”. O caso foi parar na delegacia.
A gestora da escola acionou a Guarda Civil Municipal (GCM), que possui um projeto de amparo a mulheres vítimas de violência doméstica e familiar, pelo fato de E.L.S.N. estar cadastrada no programa por ter sido agredida por seu ex-companheiro que está preso em Campos dos Goytacazes – RJ, com base na Lei Maria da Penha e por tráfico de drogas.
Os agentes da GCM levaram a mulher à escola, onde a gestora e a coordenadora garantiram escola de tempo integral a seu filho, para que ela pudesse procurar um emprego e alugar uma casa para morar, já que vive de favor com primos, e ainda ofereceram cesta básica e apoio psicológico, mas a mãe recusou a ajuda.
E.L.S.N. disse aos guardas e a gestora da escola que “não tem sentimento pelo filho que é fruto indesejado, sendo concebido quando ela visitava seu ex-companheiro na prisão”. Ela disse ainda que a criança a faz lembrar de seu ex e por isso quer dar a criança, mas não tem parentes para que ele seja entregue”.
Uma prima da mulher, que foi acionada para ficar com a criança temporariamente enquanto a Justiça decide sobre a guarda definitiva, disse que E.L.S.N. não se importa com o filho, já fez uso de drogas e que quando sai de sua casa não tem dia e nem hora para voltar.
Diante dos fatos, o Conselho Tutelar foi acionado para acompanhar o caso e a mulher encaminhada para a 7ª Delegacia Regional de Cachoeiro para prestar esclarecimentos.
Segundo o conselheiro tutelar Leandro Vieira, a criança e a mãe estão recebendo atendimento psicológico. “A prioridade é que a guarda do menino fique com um familiar. Já estamos fazendo contato com parentes da criança por parte de pai que moram no Rio de Janeiro. O caso será comunicado ao Ministério Público. A Vara da Infância e Juventude irá decidir sobre o seu destino”, disse.
Vieira esclarece que nos casos em que pais e familiares não queiram mais ficar com a criança devem ser comunicados diretamente ao Conselho Tutelar para que o caso seja acompanhado pelas autoridades e a criança, quando necessário, vá para um abrigo onde permanecerá à disposição para adoção.
Impactos na vida da criança
O psicólogo Juliano Ramos, que presta serviço voluntário ao Conselho Tutelar de Cachoeiro, explica que em casos como esse citado na matéria, a criança rejeitada pela mãe poderá ter problemas relacionados desenvoltura e comportamento.
“A mudança de comportamento em situações como essa varia de criança para criança. Até os cinco anos de idade nem é possível se quer pontuar um diagnóstico. Na maioria dos casos a tendência é que a criança se torne agressiva pelo fato de não ter aquele ambiente seguro e tranquilo da família, pois é uma forma dela lidar com situações estranhas e ameaçadoras”, explica o psicólogo.
Todos os outros campos de desenvolvimento também ficam comprometidos por conta da falta de autoestima para poder criar e ter mais fantasias, que são próprias da criança para desvendar o mundo conta Ramos. “Ela vai ficar mais encolhida emocionalmente, tendo prejuízo até mesmo na aprendizagem, pois poderá ter um retardo a falar, ler e escrever”.
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