Foto:Divulgação
O Hospital Evangélico de Itapemirim, no Litoral Sul do Estado, demitiu nos últimos dois dias mais de 70 funcionários. As baixas estão ligadas, segundo a direção, à crise financeira da unidade, que afirmou que suspenderá os atendimentos do pronto-socorro a partir do dia 26 deste mês.
A unidade é filantrópica e dirigida pelo Hospital Evangélico de Cachoeiro de Itapemirim (Heci). Recebe verbas do sistema público de saúde e de municípios vizinhos, como Marataízes, Itapemirim e Presidente Kennedy. Porém, segundo o superintendente do Heci, Wagner Medeiros, o déficit nas contas é de cerca de R$ 500 mil por mês. Com o problema financeiro, 75 funcionários foram demitidos.
“O SUS cobre apenas 25% da despesa do hospital. Isso acontece porque há procedimentos de média complexidade, que tem mais de 7 anos que não sofrem reajuste. E o hospital, vem bancando há anos o funcionamento de lá, mas não tem condição mais de pagar esta diferença, porque onera muito a entidade”, afirmou.
Com o fechamento do pronto-socorro, o hospital passará apenas a atender às consultas e cirurgias eletivas. “As verbas que recebemos são totalmente insuficientes para a continuidade dos serviços. As despesas hoje são em torno de R$ 1,1 milhão por mês. Conseguimos somente a metade disso para cumprir durante o ano, com ajuda dos municípios”, afirmou Medeiros.
Segundo o superintendente, atualmente mais de três mil pessoas por mês são atendidas pelo serviço do pronto socorro. Demanda que sobre para 4,5 mil no verão.
OUTRO LADO
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde informa que vem discutindo, junto aos municípios da região e hospital, alternativas para viabilizar a manutenção do serviço e a possibilidade de implantar novos serviços no local.
Já Itapemirim informou que na última terça-feira (5), o secretário municipal de Saúde de Itapemirim, Júlio César Carneiro, se reuniu com o secretário de Estado da Saúde, Ricardo de Oliveira, para discutir a questão da verba para manter o pronto atendimento do hospital aberto. Sobre o resultado, o secretário disse que uma reunião será marcada entre os representantes de todos os municípios atendidos pelo hospital para que juntos encontrem uma solução.
Presidente Kennedy disse por meio de nota que, no que compete ao município, as questões financeiras estão rigorosamente em dia. No entanto, a Secretaria Municipal de Saúde já abriu diálogo com a direção do hospital, para renovação do convênio e possibilidade de atualização de valores.
O município de Marataízes foi procurado pela reportagem, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.
A Gazeta
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