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Wiegmann/Reuters
O atacante Paolo Guerrero foi condenado a um ano de suspensão por doping para benzoilecgonina, um metabólito da cocaína e da folha de coca. O veredito da Fifa foi anunciado nesta sexta-feira, referente a julgamento que aconteceu no dia 30, em Zurique, na Suíça. O teste positivo foi realizado após o confronto da sua seleção contra a Argentina, pela Eliminatórias da Copa, em outubro.
"No dia 7 de dezembro de 2017, o Comitê Disciplinar da Fifa decidiu, depois de analisar todas as circunstâncias específicas do caso, suspender o jogador peruano Paolo Guerrero por um ano. O jogador mostrou positivo para o metabólito de cocaína, a benzociônzona, uma substância incluída na Lista de Proibições de 2017 da WADA sob a classe "S6" - Estimulantes", após um teste de controle de doping realizado após o confronto contra Argentina pela Eliminatória da Copa do Mundo Fifa de 2018, em Buenos Aires, no dia 5 de outubro de 2017", diz a nota ofiicial da Fifa.
Esse é o resultado do julgamento em primeira instância. A defesa do jogador vai recorrer à Comissão de Apelação, na Fifa, para que não perca a disputa da Copa do Mundo, que começa no dia 14 de junho, na Rússia. Ele também pode não jogar mais pelo Flamengo, já que seu atual contrato termina em agosto.
Guerrero e sua defesa receberam com extrema surpresa e decepção o resultado publicado pela FIFA punindo o atleta com um ano de suspensão mesmo reconhecendo que o jogador não faz uso de cocaína. As provas são contundentes e somadas à baixíssima concentração do metabólito comum à folha de coca não justificam em nenhuma hipótese essa decisão.
"Vamos recorrer até a última instância em busca de justiça e em prol do Jogo Limpo e do Esporte Justo", disse o advogado Bichara Neto.
A benzoilecgonina está na lista de substâncias proibidas pela Agência Mundial Antidoping (Wada), e a punição para quem a apresenta em exame de urina é de 4 anos de suspensão. Mas a defesa do atleta conseguiu provar que ele não consumiu cocaína e sim um chá com folha de coca, sem o seu conhecimento, enquanto esteve concentrado com a seleção de seu país, no Peru. Por isso, conseguiu diminuição da pena. Bichara Neto, advogado do jogador, e Guerrero ainda não comentaram a punição.
A defesa do atleta chegou levar a nutricionista da seleção peruana, Eudith Saavedra, que lhe receitou o chá, servido pronto por um garçom do hotel, para depor no julgamento na sede da Fifa. Também contou com o auxílio do bioquímico L.C. Cameron, coordenador do Laboratório de Bioquímica de Proteínas da UNIRIO, que conseguiu reunir provas de que a concentração do metabólito na urina do atleta era muito baixa. Tanto Guerrero quanto a Fifa podem ainda apelar à Corte Arbitral do Esporte (CAS), a terceira e última instância.
O CASO
Guerrero havia sido suspenso por 30 dias em novembro e esteve presente na Suíça para audiência no dia 29 de novembro. Um mês depois da suspensão preventiva aplicada pela Fifa, estendida por mais dez dias na segunda-feira, o Flamengo cumpriu normalmente os compromissos com o atacante Guerrero.
O Flamengo já havia pensando em acionar a Federação Peruana de Futebol, até agora a única responsabilizada pela possível contaminação com o metabólito encontrado em um chá de coca.
A rescisão de contrato está prevista no acordo entre jogador e clube e é padrão para vínculos com os atletas, sem prejuízo ao clube. O único seria não ter o jogador.
Jornal Extra
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