Foto: Keystone-France/Gamma-Keystone via Getty Images
Líder nas pesquisas, seguido por militar que carregava a bandeira da luta contra a corrupção e com muitos problemas na Justiça por conta de um triplex. O ano de 1965 tem mais a nos contar do que imaginávamos hoje, em pleno o século XXI.
E o motivo é bem simples: assim como o populista Lula, o estadista Juscelino Kubistschek passou por uma investigação no apartamento no qual morava. Alugado do amigo e ex-ministro da Fazenda, Sebastião de Almeida, o dono do imóvel foi considerado um “laranja” do ex-presidente durante um processo muito parecido com o atual.
No inquérito, é possível encontrar semelhanças até mesmo com a decoração e arquitetura feita sob a tutela de JK e sua mulher, Sarah. Segundo as testemunhas, era ela quem definia qualquer detalhe.
A acusação ainda se atentou a um detalhe sutil que se transformaria em prova cabal. O edifício Ciamar seria anagrama de Márcia Kubistchek, filha do ex-mandatário do Brasil. Hoje, o edifício mudou de nome e chama-se JK, no Leblon.
Com tantas acusações era normal encontrar nos jornais de grande circulação editoriais como o do Estado de São Paulo afirmando “deslavada conivência dele [Juscelino Kubitschek]“.
Entre as autoridades, destacam-se as frases do marechal Taurino Resende, presidente da CGI (Comissão Geral de Investigação):
“Até o problema do comunismo perde expressão diante da corrupção administrativa nos últimos anos“
Há uma menção ao jurista Sobral Pinto, que defendia a candidatura do ex-presidente e impugnação do processo:
“Na impossibilidade de vencer o ex-presidente nas urnas, seus adversários querem arrancar-lhe o direito da cidadania, único expediente capaz de afastá-lo da luta eleitoral”.
No dia 8 de junho de 1965, o presidente de transição, marechal Castelo Branco suspendia os direitos de JK por 10 anos.
O resto é História.
Fonte: Paulo César de Araújo
Yahoo Notícias
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