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quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

BOM JESUS: UM POVO QUE É CAPAZ DE SE FAZER GRANDE POR SUAS PRÓPRIAS MÃOS






Unir os festejos de fim de ano com a história de Bom Jesus do Itabapoana foi uma ideia magistral de Flávio Viana, conhecido como Bob Flávio, secretário de Cultura, Turismo e Urbanismo.

Com efeito, nosso município obteve sua primeira emancipação no dia 25 de dezembro de 1890, e sua emancipação definitiva no dia primeiro de janeiro de 1939.
Pode-se dizer que os anos que anteciparam a chegada de Bob Flávio, constituíram-se em um processo de gestação, muitas vezes difícil e doloroso, devido ao descompasso abismal entre os anseios da sociedade e o norte traçado pelos gestores de antanho, com episódicas e honrosas exceções que também fizeram história.
O que vimos durante o Natal Cultural, corrido entre os dias 21 e 23 de dezembro, foi, portanto, um verdadeiro parto dos novos tempos que se avizinham para o nosso município.
No dia 21 de dezembro, após a missa, sob o badalar dos sinos da Igreja Matriz, inaugurada no dia 23 de outubro de 1880, pelo Padre Mendes Guedes, saiu um cortejo que percorreu o entorno da Praça Governador Portela.
Este cortejo, acompanhado pela tradicional Corporação Musical Lira 14 de Julho, seguiu até o prédio do Big Hotel, que foi construído em 1875, pelo Tenente José Teixeira, nono filho do Cel. Francisco Teixeira de Siqueira, de um total de 14 filhos, segundo belo resgate feito pelo grandioso Elcio Xavier. Nesta edificação funcionou a sede da prefeitura por ocasião de nossa primeira emancipação, ocorrida no dia 25 de dezembro de 1890. O Cel. Pedro Gonçalves da Silva, conhecido como Cel. Pedroca, foi o prefeito, na ocasião, nomeado pelo governador Francisco Portela. Esse prédio foi, também, sede do Paço Municipal, após a segunda emancipação, ocorrida no dia 1º de janeiro de 1939, quando assumiu a chefia da prefeitura José de Oliveira Borges, conhecido como Zezé Borges, nomeado pelo Interventor Ernâni do Amaral Peixoto.
Essa comitiva foi capitaneada por dois atores, vestidos a caráter, que representaram o Tte José Teixeira, que foi proprietário de área abrangida entre o prédio do Big Hotel e a rua que o homenageia, e sua esposa Roza Alves Teixeira.
Por ocasião do cortejo, houve uma parada no referido prédio, onde foi inaugurada uma placa que narra a história do mesmo. Os atores contaram, então, para o público presente, a história daquela construção do século XIX.
Prosseguiu-se com o evento "Coros do Big", onde vários corais do município ali se apresentaram em um belo espetáculo: Coral Centro Espírita Casa do Caminho, Coral JEMAJ e Coral São José, Coral da 1ª Igreja Batista, Grupo Musical Amantes da Arte, Coral de Natal Musicista Nina Melo Teixeira e Grupo Corre Coxia.
Em seguida, os atores discorreram sobre a história de outro prédio histórico: o construído pelo Coronel Pedro Gonçalves da Silva Jr., em 1922, e que está situado na parte alta da Praça Governador Portela.
Foi ali que restou estabelecida uma das três primeiras casas quando Bom Jesus do Itabapoana foi desbravada em 1842, por Antônio José da Silva Neném, mineiro de Rio Novo.
A rua Gonçalves da Silva faz alusão à família de nosso primeiro prefeito, uma vez que uma irmã do Coronel Pedroca tinha estabelecido uma escola na referida via.
Por outro lado, a rua Dr. Abreu Lima alude ao médico que idealizou a nossa primeira emancipação, devido aos laços de amizade com o Governador Portela. Foi ele, também, o responsável pela vinda a Bom Jesus de Pedro Gonçalves da Silva Jr.
Segundo a narrativa dos atores, fica evidente de como fatos e personagens importantes do século XIX estão presentes em nosso município.
Após essa aula inédita de história de nosso município, o cortejo prosseguiu até o palco da Praça Governador Portela, onde Bob Flávio nos brindou com o lançamento do inédito Mapa Turístico do nosso município, concernente à parte Média Parte Alta, que engloba as localidades de Calheiros, Barra do Pirapetinga, Sacramento, Pirapetinga de Bom Jesus e Arraial Novo.
Esse mapa constitui um autêntico divisor de águas para o desenvolvimento econômico de nosso município, uma vez que oportunizará não só ao bonjesuense conhecer seu torrão natal, mas permitirá uma expressiva organização turística que possibilitará a exploração desse ramo sob o aspecto do meio ambiente, da história e da cultura.
Neste ano, serão lançados os mapas referentes às outras diversas regiões de nosso município.
No dia anterior, a tradicional Cantata de Natal, nas dependências da Panificadora Família Borges, as festividades tiveram início com o brilho de sempre, com a apresentação do Grupo Musical Amantes da Arte e do Coral de Natal Nina Melo Teixeira, acompanhados pela Escola de Música MusicArt.
A Companhia Vocal Musical Musicanto, formada por 45 cantores, de Campos dos Goytacazes, o saxofonista Alexandre Louzada, e a Cia. de Teatro Grandarte, encantaram o ótimo público presente, nos dias seguintes, confirmando o fato de que os bonjesuenses anseiam por uma verdadeira cultura, de acordo com suas melhores tradições, distinta da cultura de massa, que pretende a idiotização do povo brasileiro.
Bom Jesus dá mostras, assim, de que seu povo é capaz de se fazer grande por suas próprias mãos.

O NORTE FLUMINENSE

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