Foto: A Tribuna
Na guerra contra o coronavírus, A TRIBUNA ouviu pacientes que se recuperaram da doença e hoje são exemplos de que é possível vencer essa batalha. Alguns disseram que foi uma agonia sem fim, outros, uma vitória e um alívio depois do pior.
Com Elizabeth Diniz Paiva foi assim. Mesmo estando de quarentena em sua casa, no município de Itaboraí, ela disse que tudo teve início logo após uma ida ao mercado quando começou a apresentar os sintomas leves e que depois ficaram graves, como falta de ar, cansaço, fraqueza, febre, tosse, dores de cabeça e no corpo.
“Na Sexta-Feira Santa comecei a ter febre, no sábado acordei tossindo e no domingo fui ao Hospital Municipal Desembargador Leal Junior, em Itaboraí, e eles disseram que eu não tinha nada e me mandaram de volta para casa. Na segunda-feira, fiquei muito mal com todos os sintomas juntos”, relatou Elizabeth.
Segundo ela, com a piora da doença seu esposo a levou ao Hospital Miguel Couto, no Rio.
“Lá eles pediram uma radiografia e falaram que eu estava com pneumonia. Por causa da superlotação, uma médica, após me medicar com um antibiótico, me perguntou: você prefere aqui ou se cuidar em casa? Acabei optando pela segunda opção”, conta, dizendo que a falta de ar era amenizada com nebulização.
Outra que testou positivo para Covid-19 foi uma moradora no bairro Coelho de São Gonçalo, que não quis se identificar. Com 69 anos e por ser obesa, teve que ser internada, precisou de cuidados nas unidades de terapia intensiva do Pronto Socorro São Gonçalo e se recupera em casa, em quarentena por 14 dias isolada dos filhos e netos.
Ela disse que foi muito difícil conviver com a doença, que chama de horror.
“Você sabe que tem uma doença e que pode morrer a qualquer momento. Deus é tão bom que me deu uma nova chance de ficar em casa, isso não é uma gripezinha, não podemos bobear”, disse a moradora.
A enfermeira Daiene Rosa, que atende pacientes na UTI, lembra que, mesmo depois de os sintomas sumirem, a quarentena é importante para evitar a disseminação do vírus.
“Não existe nenhuma pesquisa que afirme que os pacientes não terão essa doença novamente, e por isso é bom se proteger. É isso que faço e talvez seja uma defesa psicológica, por ver tanta gente morrer. O fato é que estou mais firme e isso ajuda a dar força aos outros colegas”, disse a enfermeira.
“É como nascer de novo”, diz Maria Lúcia Reis Alves, de 65 anos, que passou sete dias internada no Hospital Luiz Palmier (HLP) até se recuperar. Ela registrou alta médica na última terça-feira (28). A moradora do Boaçú, deu entrada no CTI e foi melhorando gradativamente até ser transferida para a enfermaria e receber alta. Ela e toda equipe médica comemoraram a rápida evolução do quadro.
Wellington Serrano/A Tribuna
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