Páginas

sábado, 27 de março de 2021

ESQUEMA DE CORRUPÇÃO DE EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS DE COLETA DE LIXO PRENDE VEREADORA, EX-SECRETÁRIO DE MEIO AMBIENTE E UM EMPRESÁRIO

Empresário Murilo Neves, vereadora Rita Estefânia e ex-secretário Ronaldo Ribeiro teriam negociado pagamento de propina por telefone; áudio vazou
A Polícia Civil e o Ministério Público Estadual realizam, no interior do Rio de Janeiro, a “Operação Chorume”, nesta quinta-feira (25), contra políticos e empresas prestadoras de serviços de coleta de lixo envolvidas em um esquema de corrupção. Três pessoas foram presas preventivamente.
De acordo com uma fonte do Jornal Terceira Via envolvida na operação, os presos são a vereadora Rita Estefânia Gozzi Farsura, conhecida como Faninha (PSC), o ex-secretário municipal de Meio Ambiente Ronaldo Rocha Ribeiro e um dos sócios da empresa Forte Ambiental, que fazia a coleta do lixo na cidade, Murilo Neves de Moura, que seria de Campos. Eles foram denunciados por corrupção ativa, corrupção passiva, associação criminosa e prevaricação.
Segundo o Ministério Público estadual, as investigações tiveram origem a partir de um áudio, onde ouviam-se três pessoas negociando o pagamento de propina a vereadores da cidade de Carmo. Apurada a suposta identidade dos interlocutores, foi solicitada perícia de voz à Divisão de Evidências Digitais e Tecnologia (DEDIT) da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), que confirmou as identidades das vozes.
Além dos mandados de prisão, foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão, nas cidades de Carmo, Campos, São Fidélis e Macaé, tendo sido apreendidos diversos telefones celulares e documentos, que passarão por perícia técnica para que se dê continuidade às investigações, a fim de identificar demais envolvidos.
Durante as investigações, também foram identificados indícios de lavagem de dinheiro envolvendo a empresa, por meio da utilização de uma outra empresa de fachada e laranja na região do norte-fluminense.
O processo corre, atualmente, sob segredo de Justiça.
O Jornal Terceira Via tenta contato com a Prefeitura e a Câmara Municipal de Carmo e com a empresa Forte Ambiental.
O nome da operação faz alusão ao chorume, subproduto do lixo em decomposição. A ação foi motivada por meio de uma investigação que apura superfaturamento do contrato de coleta de lixo pela antiga gestão da Prefeitura de Carmo. Em um trabalho de inteligência, os agentes coletaram conversas telefônicas em que os políticos e o empresário negociavam propina. Em uma das sessões na Câmara de Vereadores de Carmo, em dezembro de 2020, foi aprovado crédito suplementar para pagar determinados serviços, que não foram prestados pela empresa de coleta de lixo, com sede em Campos dos Goytacazes.
Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram expedidos e, nesta quinta, os agentes realizaram a operação nos municípios de Carmo, Macaé, São Fidélis e Campos dos Goytacazes. As investigações continuam para apurar o envolvimento de outras pessoas e acontecem em segredo de Justiça.

Jornal Terceira Via/Com informações do Extra

Nenhum comentário:

Postar um comentário