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sábado, 13 de março de 2021

MULHERES OCUPAM NOVE DAS 115 CADEIRAS DE VEREADORAS NO NORTE FLUMINENSE

Na semana em que foi comemorado o Dia Internacional da Mulher, a Folha da Manhã mostra que a desigualdade de gênero ficou explicita nas últimas eleições municipais não apenas em Campos – que não tem nenhuma vereadora – mas em todo o Norte Fluminense. Em todas as nove cidades da região, foram disputadas 115 cadeiras nas respectivas câmaras municipais e apenas nove mulheres foram eleitas, o que representa apenas 7,8% do total. No entanto, elas estão na liderança do ranking das menos votadas, mesmo representando somente pouco mais de um terço das candidaturas.
A discrepância fica ainda mais evidente em Campos e São Fidélis, as duas únicas cidades da região que não elegeram mulheres para a atual legislatura na região. A Casa de Leis campista também é, proporcionalmente, a maior do interior fluminense, com 25 parlamentares. E nem a quantidade foi suficiente para que houvesse uma vereadora. Apenas 33,2% das candidaturas no município foram femininas, porém, 68,4% dos postulantes menos votados – que receberam até 10 votos – são de mulheres.
Traduzindo em números brutos, 19 candidaturas receberam até 10 votos em Campos e, destas, 13 foram de mulheres. A proporção é parecida com a de São Fidélis, onde 23 das 32 candidaturas com até uma dezena de votos foram femininas, o que representa 71,9%. No município, as mulheres representaram 34,2% de todas as pessoas que tentaram uma vaga no Legislativo no último pleito.
As únicas cidades que elegeram duas mulheres foram Carapebus e Quissamã. Na primeira cidade, Tânia Cabral (PP) foi a mais votada, e tem a companhia de Cíntia Barcelos (Avante). Já no segundo município, Simone Flores (DEM) e Alexandra Moreira (PSC).
Assim como em Carapebus, São Francisco de Itabapoana também teve uma mulher como a mais votada no ano passado, a Professora Yara Cinthia (SD). Apesar disso, nenhuma Casa Legislativa escolheu uma vereadora para presidência dos trabalhos no primeiro biênio da atual legislatura.
Cientista social e mestre em Sociologia Política, Esther Alferino avaliou que ainda existe um grande preconceito com a figura feminina em uma posição de poder. “A ideia de que a mulher deve estar ocupada somente do âmbito privado, do cuidado da casa e dos filhos e apoio ao marido, ainda está fortemente enraizada em nossa cultura. Mulheres ocupando espaços de poder ainda causam estranhamento e, em muitos casos, preconceito explícito ou velado. (...) Em cenário de profunda disparidade é necessário que se criem mecanismos legais para sua mitigação, mas é preciso que os partidos trabalhem em suas bases para a construção de candidaturas femininas bem estruturadas, com condições concretas de disputa”.
As outras mulheres que conseguiram se eleger nas últimas eleições municipais foram Iza Vicente (Rede), em Macaé; Nathália Braga (PSD), em Conceição de Macabu; Soninha Pereira (PP), em São João da Barra; e Neriete Navarro (SD), em Cardoso Moreira.
Prefeitas driblaram disparidade no pleito
Embora as mulheres sejam ampla minoria das vereadoras eleitas, elas são a maioria das prefeitas do Norte Fluminense. Este fato, no entanto, não quer dizer que não houve uma grande desigualdade também na disputa ao Executivo. Isso porque somente nove das 60 candidaturas ao Executivo na região foram femininas. Mesmo com essa disparidade, cinco delas foram eleitas.
Isso significa que as mulheres era 15% das candidatas a prefeita em novembro do ano passado, mas mais da metade das postulantes conseguiram ter êxito no voto.
Fátima Pacheco (DEM), em Quissamã; Christiane Cordeiro (PP), em Carapebus; Carla Machado (PP), em São João da Barra; e Francimara Azeredo (SD), em São Francisco de Itabapoana foram reeleitas e ganharam a companhia de Geane Vincler (PSD), que se tornou a primeira prefeita da história de Cardoso Moreira. Ela era a única vereadora da última legislatura e ganhou o pleito mais apertado do Rio de Janeiro, com oito votos de vantagem para Neto Sardinha (DC).

Folha 1

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