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sábado, 3 de setembro de 2022

NOVO PORTO NO ES É RECUSADO POR REDI E OUTRAS ONGS AMBIENTAIS

Ambientalistas protestam contra projeto de megaporto no Espírito Santo, em área a 50 km do Porto do Açu, no Norte do Rio
Ambientalistas de Organizações Não-Governamentais (ONGs) do Espírito Santo estão se mobilizando contra a construção do megaporto no município de Presidente Kennedy, na fronteira com o Estado do Rio. As ONGs dizem que o projeto causará danos irreversíveis ao ambiente e, além disso, é um investimento desnecessário, pois estaria localizado a cerca de 50 km do Porto do Açu, que ainda tem muitas áreas para serem ocupadas.
O projeto, chamado de Porto Central, conta com recursos de grupos econômicos brasileiros e holandeses. As obras, caso aprovadas, seriam realizadas nas proximidades da foz do rio Itabapoana, que faz a divisa entre os Estados do Rio e do Espírito Santo. Segundo os ambientalistas, a nova estrutura portuária afetaria áreas de restinga e alagados, essenciais para a reprodução da fauna que habita o rio e a região.
Carlos Freitas, professor do Instituto Federal Fluminense (IFF) em Bom Jesus do Itabapoana, no norte do Rio de Janeiro, e vice-coordenador da ONG Reflorestamento e Ecodesenvolvimento do Itabapoana (Redi), é um dos líderes do movimento contra a instalação do novo porto. A bacia hidrográfica do rio Itabapoana nasce nas montanhas capixabas e mineiras da Serra do Caparaó e desagua na Praia das Neves, em Presidente Kennedy.
Porto do Açu ainda tem áreas desocupadas
Segundo Freitas, a Redi é contra o projeto pois trará grandes impactos negativos para o meio ambiente e para os pescadores que ainda subsistem na região. Além disso, a entidade considera sem sentido a instalação de um novo megaporto próximo ao Porto do Açu que, para Freitas, ainda tem dois terços de área para serem ocupadas.
Outro ponto negativo do projeto, destacado pelos ambientalistas, é a previsão de construção de um canal que chegará a 50 metros de distância da Igreja Nossa Senhora das Neves, um edifício construído em 1694. Eles apontam o risco para o patrimônio histórico, que hoje é protegido pela área de restinga que seria removida para a realização do megaporto.
José Irineu, advogado membro da Comissão da Diocese que cuida do Patrimônio Histórico da Igreja Nossa Senhora as Neves, relata que já houve reuniões com representantes do empreendimento e com gestores do município e do Governo do Estado. Porém até agora não teriam sido apresentadas garantias de preservação do patrimônio histórico e para a solução dos problemas ambientais e sociais que poderiam ser causados pelo projeto.

Diário do Porto

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