Com a participação de estudantes do Ensino Fundamental, foram analisadas 10 nascentes do município de Apiacá, na região sul do Espírito Santo.
Identificar o grau de preservação e os fatores de degradação das nascentes do município de Apiacá, na região sul do Espírito Santo, foi o objetivo do projeto de pesquisa realizado pelo Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf) em parceria com a Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Waldir Monteiro de Barros, localizada na mesma cidade. A pesquisa foi financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), por meio do Edital 10/2021 – Programa de Iniciação Científica Júnior do Espírito Santo - Pesquisador do Futuro (PIC Jr) e contou com a participação de crianças e adolescentes do 6º ao 9º ano da EMEF.
Os idealizadores do projeto de pesquisa foram o engenheiro agrônomo e fiscal estadual agropecuário do Idaf, Bruno Campbell, e a professora da EMEF, Marcia Graciela Martinez. Ao todo, cinco estudantes da escola municipal compuseram a equipe do estudo que teve o propósito de identificar as nascentes da comunidade rural do Batatal para classificar o nível de conservação. De acordo com a professora, o projeto começou com os estudantes da EMEF listando as nascentes que conheciam para definição de quais entrariam na pesquisa. Dez foram relacionadas para receberem visitas e análises macroscópicas.
“Fizemos a análise macroscópica, que é tudo aquilo que podemos observar a olho nu. Então, foram traçadas 10 categorias para análise dessas nascentes, dentre elas, o que havia no entorno da nascente, se tinha agricultura, criação de animais e se havia lixo. Nós também recolhemos um pouco da água dos rios para analisarmos o cheiro e a aparência, se era uma água límpida ou se era suja. Dentro dessas 10 categorias tínhamos pontuações. Oito tiveram uma média, ou seja, tinham alguma construção no entorno, agricultura ou lixo. E uma foi considerada excelente, enquanto outra foi considerada péssima por apresentar água de esgoto de uma casa próxima”, explicou Martinez
Segundo o coordenador do projeto, Bruno Campbell, os resultados mostraram que o fator mais restritivo para a melhoria da qualidade ambiental das nascentes na comunidade do Batatal foi a falta de isolamento dessas áreas, o que impacta negativamente nos processos de regeneração. Após classificar o nível de conservação e constatar que muitas nascentes estão prejudicadas, foi levada à comunidade dicas de preservação com o objetivo de conscientizar a população residente.
O engenheiro ainda conta que o apoio da Fapes foi importante para que as crianças e adolescentes pudessem ter a oportunidade de participar deste projeto, em que tiveram experiências com pesquisa científica. O projeto nomeado “Caracterização macroscópica e avaliação dos impactos ambientais em nascente de comunidade rural no município de Apiacá/ES” participou do edital do PICJr e recebeu um aporte financeiro de aproximadamente de R$ 27 mil para realização do projeto e pagamento das bolsas de iniciação científica júnior dos estudantes da EMEF.
O Edital PIC Jr.
Incentivar para que alunos da Rede Pública de Ensino Básico capixaba tenham experiência com pesquisa científica, tecnológica e de inovação é o que o Programa de Iniciação Científica Júnior - Pesquisador do Futuro (PIC Jr.) da Fapes visa promover.
O recurso total disponibilizado para financiar os 104 projetos de pesquisa contemplados no Edital 10/2021 foi de R$ 2 milhões. Do valor total de recursos destinados, metade foi da Fapes, oriundo do Fundo Estadual de Ciência e Tecnologia (Funcitec), e a outra metade foi da Secretaria da Educação (Sedu).
“Esse programa é um investimento no hoje com o olhar no amanhã! É um edital recorrente da Fapes e o abrimos todos os anos porque entendemos que é o nosso maior e melhor instrumento de sensibilização do jovem estudante, tanto para que ele deseje ingressar num curso superior quanto para que entenda e sonhe em ser um pesquisador. Com o programa, conseguimos mostrar para os jovens capixabas, especialmente os que residem em áreas de maior vulnerabilidade social, que existem caminhos que podem conduzi-los a uma vida recheada de descobertas e de possibilidades”, explicou o diretor-presidente da Fapes, Denio Arantes.
Assessoria de Comunicação da Fapes
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