A final contra o Campos e a suspensão do Triangular Final da Série B ainda está dando o que falar. Tudo porque o resultado da decisão da Taça Corcovado entre o Roxinho e o Americano não foi homologado, o que gerou a paralisação da competição. Tudo começou com um áudio que supostamente o Alvinegro estaria manipulando resultados para eliminar o Itaboraí da fase final, o que de fato aconteceu quando o Leão do Parque Leopoldina se sagrou campeão e foi ao Triangular.
Acusados de “entregar” a partida, os jogadores do Americano divulgaram uma carta aberta para expor a situação e criticaram o “clube que vem tumultuando injustamente o andamento da competição”. O documento está sendo compartilhado pelos jogadores em suas redes sociais durante este sábado (02/07). Confira na íntegra:
Carta aberta dos jogadores do Americano Futebol Clube sobre os últimos acontecimentos acerca da decisão da Taça Corcovado, a quem interessar possa.
RESIGNAÇÃO
substantivo feminino;
submissão à vontade de alguém ou ao destino;
demissão voluntária de um cargo;
renúncia a uma graça, a um lugar, a uma função;
aceitação sem revolta dos sofrimentos da existência.
Classificamos. Com muita luta, muito suor, abdicando de muitas coisas, classificamos. Honestamente e na bola, ou seja, dentro de campo.
Se algum clube participante da série B do estadual do Rio de Janeiro tiver alguma acusação ou qualquer coisa do tipo contra nós, Americano Futebol Clube, que acuse agora ou faça chegar até nós alguma acusação.
É de consciência limpa, mas sufocados de indignação que resolvemos quebrar este silêncio. Chega! Somos trabalhadores e temos o futebol como única fonte de renda e sustento. Chega! Trabalhamos duro, lutamos contra adversidades, ganhamos todos os pontos possíveis que nos permitisse sonhar com o nosso objetivo: o acesso. E, o que mais nos orgulha e nos enche de alegria: foi na bola, no campo. Chega! Se poupamos A ou B, é porque estávamos esgotados, pois enfrentamos adversários que ganhariam bonificações caso nos derrotasse (bonificações dada pelo clube que vem tumultuando injustamente o andamento da competição), adversários esses que vinham como leões, e os jogadores(acertadamente e justificadamente) viam nessa bonificação uma maneira de diminuir o sofrimento financeiro – não julgamos em momento algum, entendemos que cada jogador ou instituição se proteja com as armas que tiver. Isso, claro, de maneira idônea.
Voltando, fomos poupados para um bem maior: chegarmos inteiros ao triangular, onde ano passado, pelo fato de chegarmos desgastados, não conquistamos o acesso. Pois é, não conquistamos. Pois é, aceitamos, juntamos os cacos, nos reinventamos e… cá estamos nós. Novamente. Incomodando. Tivemos uma trajetória vitoriosa até aqui, aliás, somos uma equipe vitoriosa, não só nos resultados.
Queremos ser campeões e, como tal e diferente do que disseram, não escolhemos adversários.
Foi dito também que temos medo. Medo? Temos sim medo de muitas coisas nesta profissão. Mas, de jogar futebol? Não, aí não! É triste e revoltante ouvir um absurdo desse. Com toda humildade, não tememos adversário algum, vide nossa campanha (somos a equipe que mais pontuou).
Em tempo, não temeríamos um adversário que, veja só, ganhamos com autoridade, na bola, no campo. Não enfrentamos o Campos Associação Atlético pra perder. Tratava-se de um clássico, contra uma equipe que tem o artilheiro disparado da competição e uma equipe bem montada. Se jogamos com a equipe dita reserva? Sim, jogamos. Mostre-nos aonde fala no regulamento que a obrigação do Americano Futebol Clube é de escalar o time titular.
Resignem-se, tenham nosso clube como exemplo: se não deu num ano, tente no outro, no outro, e no outro… Mas, por favor, façam um favor ao futebol, conquiste na bola, no campo.
Campos 24 Horas