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domingo, 3 de julho de 2016

18 MIL MULHERES RECORREM À JUSTIÇA PARA GARANTIR PROTEÇÃO NO ES


Juíza Hermínia Azoury-Foto: Carlos Alberto Silva

A declaração da modelo e atriz Luiza Brunet, de 54 anos, que rompeu o silêncio e decidiu revelar a violência sofrida por ela, desmonta a ideia pré-concebida de que a violência doméstica só acontece na periferia, porém reforça uma realidade presente em determinados casos: a de que mulheres de classes sociais mais altas desviam do caminho das delegacias e recorrem diretamente à instâncias superiores quando querem denunciar uma agressão.
A juíza Hermínia Azoury conhece bem essa realidade. “A falta de estrutura das delegacias e principalmente por vergonha, reforçam essas estatísticas. As vítimas nem sempre encontram um ambiente humanizado, com uma estrutura física decente”, destaca a titular da 9ª Vara Criminal de Vila Velha e coordenadora estadual de Enfrentamento à Violência Doméstica do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES).
“Em alguns casos, elas ficam muito próximas a seus agressores ou tem de expor a sua violência perto de alguém que não conhecem”, explica.
Outro fator que, segundo a juíza Hermínia, também é muito evidente em casos assim, é o da dependência econômica.
“Muitas são sustentadas pelos parceiros e romper essa relação é muito difícil. E ainda tem aquelas que pensam que se procurarem a delegacia vão ter que expor sua situação e isso nem sempre é bem visto nos meios onde circulam”, aponta.
Sociedade
Para Hermínia, a mulher é vulnerável e sofre em qualquer lugar, por isso conscientização e as políticas públicas devem abranger toda a sociedade.
“O importante é que elas denunciem e se sintam protegidas e à vontade para fazer isso. Melhorar os atendimentos e fazer com que as leis de fato sejam cumpridas, é de extrema importância”, salienta a juíza. 

A Gazeta

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