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quarta-feira, 3 de junho de 2015

O LEITE...


O leite...
Ana Cláudia Zanon.
“Conheci uma moça com seus trinta e poucos anos, guerreira e determinada, andava pelas ruas de Bom Jesus com seus sorrisos largos e sua alma tristonha devido a vida que levava. Sonhadora, pois imagina viver um amor sincero daqueles que se vê em novela. Novela de antigamente, onde o mocinho beija a mão e sonha em viver uma vida toda junto dela.
O amor de novela não viveu, mas os amores deu a ela dois filhinhos que para não morrerem de fome, ela passava toda noite na casa de uma família pra pegar um litro de leite. E os anos foram assim, um litro por dia e seus filhos alimentados para sua alegria. 
No dia seguinte, pela porta ela entrou e a mulher bruscamente jogou aquele litro de leite na mesa como se um porco fosse beber, não sabia a mulher que até os porcos são alimentados dignamente para o homem mais tarde comer.
E a moça olhando aquela cena jurou pra ela mesma que aquele seria o último litro... A preocupação de mãe era imaginar que seus filhos não poderia alimentar. 
Com sua determinação, pegou pelo chão uns fios elétricos que sobrará da construção e vendeu por 50 reais, não recebeu a vista para a sua preocupação. Abençoada ela que tem DEUS no coração, dando condição a moça do dinheiro dar a ela. Comprou uma carne, um fardo de refrigerante (6), um fardo de cerveja (12) foi pra frente da casa e ali acendeu um fogo e dos 50 fez 100.
Reencontrei essa moça depois de quinze anos, virou empresária, casou, os filhinhos hoje fortes e saudáveis...Me recebeu em sua casa com o melhor dos banquetes, no decorrer da conversa alguém a chamou no portão...Era uma senhora pedindo um pouco de leite, por ser uma noite fria e a mesma muito idosa, queria se aquecer com um leitinho quente. E a moça com um sorriso largo no rosto, pegou a chaleira e encheu a latinha daquela senhora.
Eta mundo bão!!! Onde o humilhado é exaltado...
E tem mais... O amor de novela (das antigas) não beija só a mão, abre a porta do carro e a chama de minha paixão.”

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