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quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

BURACOS E ONDAS FORTES SÃO ARMADILHAS PARA OS BANHISTAS NAS PRAIAS DO ES

As amigas Amanda Ratis, 23, e Priscila Delassalete, 29, frequentam a Praia de Itaparica, em Vila Velha, e tomam cuidados para evitar afogamentos
Lagoa Juparanã, em Linhares: o relevo nesses locais merece bastante atenção
Pontos de perigo nas praias do ES
Tão atrativa quanto perigosa, a água exige cuidados especiais no verão

Em dois dias, duas mortes. Este é o resultado deixado pela força da água, que no início desta semana fez mais duas vítimas: um jovem de 22 anos, que morreu afogado na Praia de Itapoã, em Vila Velha, no último domingo, e um adolescente de 13, que nadava na lagoa Juparanã, em Linhares, na segunda-feira. 
Tão atrativa quanto perigosa, a água exige cuidados especiais no verão, quando a atenção redobrada dos banhistas é fundamental para evitar novas tragédias. 
O major Leonardo Carnielli, do Corpo de Bombeiros, explica que nas praias de forte correnteza o perigo é sempre iminente. “As praias que tem uma arrebentação (ondas) forte, que quebra muito na areia, são as mais perigosas, pois podem tirar a estabilidade do banhista. Principalmente quem não sabe nadar pode ser levado para buracos e correntezas”, alerta ele. 
Outra questão preocupante são correntes de retorno – também chamadas de valas ou bocas –, formadas pela movimentação da correnteza e pelo relevo da areia no fundo do mar. 
“Elas são uma máquina de afogar. Geralmente, em praias de rebentação, elas estão justamente onde não há ondas. Quando a pessoa é pega nessa situação, é preciso ter calma, deixar o mar levar ela pra ao fundo e depois nadar lateralmente, saindo por onde haja rebentação”, indica o bombeiro, que também fala sobre os riscos de se nadar muito próximo às áreas com pedras. “Quando a maré sobe a pessoa pode ser facilmente levada ou até mesmo se machucar nelas”. 
Mas não só as águas revoltas escondem ameaças. Muito frequentada por banhistas, a praia da Curva da Jurema, em Vitória, é exemplo disso. “Por ficar em uma área de aterro, ela possui partes que mesmo próximas à areia podem afundar rapidamente e surpreender”, explica Leonardo. 
Prevenção 
A expressão “água no umbigo, sinal de perigo”, reforçada pelo Corpo de Bombeiros, já indica o ponto máximo até onde os banhistas podem avançar com segurança em qualquer praia. 
Além disso, não ingerir álcool, observar as condições do mar e manter-se próximo às áreas ocupadas por guarda-vidas são ações necessárias para garantir uma diversão tranquila. Devido às correntezas, o uso de boias, que podem se afastar da costa, deve ser evitado. 
“Deve-se ter atenção especial às crianças. Se houver correnteza, elas devem estar ao alcance da mão do adulto”, completa Carnielli. 
Riscos em rios e lagoas
Não é apenas a forte correnteza que pode transformar rios e cachoeiras em verdadeiras armadilhas para os banhistas. Especialmente no atual período de chuvas, restos de madeira, entulhos e pedras fazem com que a água, por vezes escura, torne-se ainda mais traiçoeira. 
“Com as chuvas intensas, o leito do rio muda muito. As pessoas que costumam ir nos mesmos locais acreditam que a situação está sob controle, mas pode acontecer algum acidente e elas ficam presas no fundo ou se machucam. Como geralmente são áreas afastadas do perímetro urbano, muitas vezes não há nem socorro e nem hospitais próximos para piorar”, alerta o major Leonardo Carnielli, do Corpo de Bombeiros. 
Para os que se aventuram, é preciso manter os olhos atentos à água e ao céu. Caso haja uma ameça de chuva, o protocolo é sair rapidamente, já que os rios tendem a encher em poucos minutos. “O volume da água pode subir exponencialmente, pois os mananciais coletam toda a água da chuva que cai ao redor. É importante ficar sempre próximo à margem”, esclarece o major Leonardo.
Mas, se a correnteza for inevitável, manter a calma pode ser a saída para um desfecho positivo. O Corpo de Bombeiros indica que banhistas nessa situação mantenham as pernas para cima (a fim de evitar esbarrar com pedras e galhos no fundo) e enfrentem a corrente de água de frente, observando seu rumo. “À medida que a força da água diminui, a pessoa pode tentar se agarrar a alguma coisa ou se aproximar da margem”, conclui Leonardo. 
Lagoas 
Já nas lagoas, que também são bastante frequentadas no verão, os relevos no fundo devem ser motivo de maior atenção. Muitas delas são frutos de aterro e, por isso, podem possuir zonas mais profundas, que surgem repentinamente. 
“São os chamados buracos. A profundidade aumenta lentamente, mas de repente a pessoa pode afundar. O mais adequado é que as pessoas só frequentem os locais que possuem guarda-vidas”, sugere Leonardo. 
Como evitar acidentes na água 
1 - Não tomar bebida alcoólica antes de entrar na água; 
2 - Não mergulhar após refeições; 
3 - :Não se afaste da margem; 
4 - Mantenha o nível da água até, no máximo, a altura do umbigo 
5- Não salte de locais elevados para dentro da água; 
6 - Não tente salvar pessoas em afogamento sem estar devidamente habilitado; 
7 - Não deixar crianças sozinhas, sem a presença de adultos; 
8 -Permaneça próximo aos salva-vidas; 
9 - Olhar a sinalização do local, que indica se ele é próprio para banho; 
10 -Evite brincadeiras de mau gosto como os conhecidos "caldos"; 
11 -Prestar atenção nas condições da água 
12 -Evitar áreas com pedras; 
13 - A qualquer problema ligue imediatamente para o Corpo de Bombeiros, para que o mesmo oriente e venha em auxilio à vítima. 
14 -Em épocas de chuva, as águas de rios, mares e cachoeiras tendem a ficar mais perigosas. Por isso, é importante observar o tempo antes de se aventurar na água.

Gazeta Online

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