Foto:Marcos Tristão/O Globo
A força-tarefa do Ministério Público Federal e agentes da Polícia Federal cumpriram nesta manhã de terça-feira mandados de prisão e de busca e apreensão contra o ex-secretário de Saúde do Rio Sérgio Côrtes e os empresários Miguel Iskin, presidente da Oscar Iskin, uma das maiores distribuidoras de material médico, e de seu sócio, Gustavo Estellita Cavalcanti Pessoa. Côrtes foi preso em seu apartamento na Lagoa Rodrigo de Freitas. Os empresários também foram detidos. Eles serão encaminhados para a Superintendência da PF.
A operação denominada "Fatura Exposta" marca a chegada da Operação Calicute, versão da Lava-Jato no Rio, à área da Saúde e revela como funcionava um dos mais profundos e duradouros golpes na rede pública. No total, são 3 prisões preventivas , 5 conduções coercitivas e pedidos para ouvir representantes de grandes fabricantes de equipamentos hospitalares.
A operação denominada "Fatura Exposta" marca a chegada da Operação Calicute, versão da Lava-Jato no Rio, à área da Saúde e revela como funcionava um dos mais profundos e duradouros golpes na rede pública. No total, são 3 prisões preventivas , 5 conduções coercitivas e pedidos para ouvir representantes de grandes fabricantes de equipamentos hospitalares.
O MPF e a PF acusam os três envolvidos de comandar um cartel de distribuidoras e fornecedoras de serviços que teria fraudado as licitações da secretaria de Saúde durante a gestão de Côrtes (2007-2013) no governo Sérgio Cabral e no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into). Equipes da força-tarefa também cumprem nesta manhã uma série de mandados de busca e apreensão e de condução coercitiva.
Na delação homologada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, o advogado Cesar Romero Vianna, ex-secretário executivo de Côrtes na Saúde, denunciou o pagamento de propina nas compras de equipamentos importados. O golpe pode ter custado pelo menos R$ 300 milhões anuais aos cofres do governo estadual.
Parte do dinheiro desviado, segundo o delator, era entregue a Carlos Miranda, apontado como o coletor de propinas do ex-governador Sérgio Cabral. Outra parte seria rateada entre Côrtes e Cesar Romero, que agora irá devolver o dinheiro.
Romero, na condição de subsecretário executivo, foi braço-direito de Sérgio Côrtes até ambos romperem em 2010. Antes, eles atuaram juntos no Into. O delator é primo de Verônica Vianna, mulher do ex-secretário.
Enquanto os policiais permaneciam no apartamento do ex-secretário, vizinhos olhavam pelas janelas os carros da polícia, que chamavam a atenção também de quem passava pela Avenida Borges de Medeiros.
Uma vizinha desceu para a portaria e diz fazer questão de filmar a prisão de Sérgio Côrtes.
- Eu pedi aos porteiros para me avisarem, a hora que fosse, quando este dia chegasse. Já era para ter acontecido há muito tempo. Não perco por nada este momento - disse a vizinha de Côrtes, que pediu para não se identificar.
Gazeta Online
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