Pouco mais de um mês após a ação criminosa de dois homens que realizaram um assalto à mão armada na Relojoaria Bom Jesus, e que também serve como ponto de um pague fácil bancário, a lembrança do crime ainda assusta moradores de Bom Jesus do Norte, que reclamam do que consideram um crescimento do número de roubos e furtos em geral no município.
Era dia 16 de junho e as imagens de câmeras de videomonitoramento dos dois assaltantes rendendo clientes e funcionários, inclusive fazendo uma pessoa refém, se espalharam pelas redes sociais.
“Na verdade tem tido roubo direto, mas o assalto da joalheria foi o que mais marcou”, diz a vendedora Gerlaine Santos. A percepção de que o crime na joalheria é apenas a face mais evidente de um contexto maior de crimes cotidianos é reiterada pelo próprio dono da relojoaria assaltada, Humberto Rodrigues de Oliveira.
“Não foi só aqui. Teve assalto no posto, em uma farmácia aqui perto… Existe uma deficiência muito grande de segurança pública. O efetivo da Polícia Militar aqui é muito baixo e tem poucos policiais nas ruas”, comenta Humberto, que também é presidente do Conselho Municipal de Segurança de Bom Jesus do Norte.
Estatísticas
Bom Jesus do Norte está entre as cidades do Caparaó que não registraram homicídios em 2017, de acordo com levantamento da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp). Já as estatísticas sobre crimes patrimoniais no município não foram repassadas à reportagem até o fechamento desta edição, mas, segundo o delegado que comanda a Polícia Civil em Bom Jesus do Norte, as ocorrências desse tipo no município seguem na mesma média do Espírito Santo.
“De um modo geral, a criminalidade é grande em todo o estado. Bom Jesus tem algumas vulnerabilidades por ser município de divisa, mas a situação da criminalidade no município está controlada. O que acontece é que quando ocorre esse tipo de crime numa cidade pequena como a nossa, a repercussão é maior”, afirma o delegado.
Durante ação da Operação Força Total Divisas realizada na última quinta-feira em Bom Jesus do Norte, o secretário de Estado de Segurança Pública, André Garcia, disse estar “atento ao tema”, mas ponderou que trata-se de um problema nacional.
“No país inteiro, em função da conjuntura econômica que nós estamos vivenciando, com 14 milhões de desempregados, e isso tem suas consequências também na área da segurança pública. Eu sou o vice-presidente do Colégio Nacional de Secretários de Segurança Pública e o enfrentamento aos crimes contra o patrimônio é o que mais está na pauta em todos os estados. E a gente está reorganizando até operacionalmente pra isso”, explicou o secretário.
Prejuízo de R$ 65 mil
Humberto Rodrigues de Oliveira afirma que o prejuízo total causado pelo assalto à Relojoaria Bom Jesus se aproxima dos R$ 65 mil. Desse montante, diz ter conseguido recuperar no máximo R$ 500. Os dois assaltantes já foram identificados e, segundo a Polícia Civil de Bom Jesus do Norte, eles são de Cachoeiro de Itapemirim. Apesar disso, como não foram pegos em flagrante, eles permanecem em liberdade.
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