Foto:Divulgação
Mais 12 macacos foram encontrados mortos no Estado do Rio de Janeiro nesta quinta-feira. Com isso, chega a 131 o número de primatas mortos desde o início do ano — média de 5,24 animais por dia. De acordo com a subsecretaria municipal de Vigilância, Fiscalização Sanitária e Controle de Zoonoses, cerca de 62% desses animais são recolhidos com sinais de agressão ou espancamento. Eles são encaminhados para o Instituto Jorge Vaitsman, órgão municipal responsável pela necrópsia de todos os primatas do estado.
Esses números têm assustado os funcionários do instituto e levado especialistas a acreditarem que o Rio de Janeiro começa a assistir a uma matança motivada por um grave engano: muitas pessoas pensam que primatas são transmissores da febre amarela. Segundo a subsecretária municipal de vigilância, fiscalização sanitária e controle de zoonoses, Márcia Rolim, em entrevista ao Bom Dia Rio nesta quinta, no ano passado, foram contabilizados 602 macacos mortos em todo o estado — média de 1,64 animais por dia, número bem abaixo do registrado até agora.
Não é de hoje que a relação entre o medo infundado da população e a morte dos primatas se mostra clara em números. Em janeiro do ano passado, o Instituto Jorge Vaitsman, na Mangueira, Zona Norte, recebeu apenas sete corpos de macacos. Em março, quando foi confirmado o primeiro caso da doença, em Casimiro de Abreu, chegaram 90 para exames.
CAMPANHA DE CONSCIENTIZAÇÃO
Para tentar controlar essa matança de macacos, o Linha Verde, programa do Disque-Denúncia específico para crimes ambientais, está fazendo uma campanha contra os ataques. Até ontem, já foram registradas 241 ocorrências de maus-tratos a animais, sendo três deles contra macacos. No ano passado, quase metade das 9 mil denúncias recebidas foram referentes ao crime de maus-tratos contra animais.
As denúncias recebidas são encaminhadas para o Comando de Polícia Ambiental e para a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente. É importante destacar que maus-tratos contra animais é crime, de acordo com o artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais (9605/98). A pena prevista é de três meses a um ano de prisão, além do pagamento de uma multa. Em caso de morte do animal, a punição é aumentada de 1/6 a 1/3.
O programa Linha Verde pede que quem souber de algum episódio de morte ou agressão a macacos entre em contato através dos telefones 2253-1177 (capital), 0300-253-1177 (interior do estado, custo de ligação local) ou pelo aplicativo para celulares do Disque-Denúncia RJ”, onde é possível enviar fotos e vídeos, sempre com a garantia do anonimato. Qualquer outro crime contra o meio ambiente também pode ser denunciado.
Extra
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