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domingo, 11 de fevereiro de 2018

ALERJ APROVA PISO SALARIAL COM 5% DE REAJUSTE PARA PROFISSIONAIS DA INICIATIVA PRIVADA

Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, a Alerj (Foto: Reprodução/ TV Globo)
Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, a Alerj (Foto: Reprodução/ TV Globo)

Empregados domésticos terão salário reajustado de R$ 1.136,53 para R$ 1.193,36. Firjan estima que 25 mil podem ser demitidos com aprovação.
Mais de 170 categorias de empregados da iniciativa privada que não têm salário definido por lei federal, convenção ou acordo coletivo terão reajustados em 5% os seus salários bases. O aumento foi definido em votação na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj na quarta-feira (7).
O texto original que chegou à Casa, de autoria do Poder Executivo estadual, previa o reajuste de 2,52%. Os deputados aumentaram esse percentual para 5% por 39 votos favoráveis, cinco votos contrários e uma abstenção.
Com o resultado, mais de dois milhões de trabalhadores receberão salários divididos em seis faixas, que vão de R$ 1.193,36 a R$ 3.044,78. Atualmente, esses valores variam de R$ 1.136,53 a R$2.899,79. (Veja mais abaixo todas as faixas)
Agora, o projeto aprovado segue para sanção governador Luiz Fernando Pezão, que terá até 15 dias úteis para sancionar ou vetar a proposta. O nova lei tem efeito retroativo a 1º de janeiro deste ano.
Diversas emendas previam o aumento do percentual de reajuste. Um dos autores dessas propostas, o líder do PSDB, deputado Luiz Paulo, argumentou que os 5% são compatíveis porque o elevação da massa salarial incentiva o crescimento do consumo.
"Isso aumenta a arrecadação e é a máxima do propósito capitalista. E todos os segmentos estão dizendo que a economia está começando a se recuperar", disse o deputado.
Líder do governo, o deputado Gustavo Tutuca (PMDB) avaliou que era esperado que os deputados tentassem o aumento do reajuste. "Tentamos a proposta de reajuste de 3%, acima da inflação, mas o Plenário foi soberano e agora cabe a negociação das centrais sindicais com os empregadores para colocar isso em prática", afirmou.
Categorias são incluídas
Os parlamentares fizeram 125 emendas ao projeto, que foram discutidas antes da votação entre os líderes partidários, e mais da metade das alterações foi incorporada ao texto. Outras emendas que não foram consenso entre os deputados foram votadas separadamente no plenário.
As modificações incluíram categorias que não estavam contempladas na lei vigente como jornalistas, economistas, pedagogos, estoquistas, fotógrafos, baristas, entrevistadores sociais, casqueadores e ferradores de animais.Outras emendas modificaram a faixa salarial de algumas categorias.
Os técnicos em radiologia, por exemplo, subiram da faixa IV, com salário de R$1.605,72, para a faixa V, com vencimentos de R$2.421,77. Já os professores do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano), com carga horária semanal de 40 horas, subiram da faixa V para a faixa VI, e passarão a ganhar, no mínimo, R$3.044,78.Confira todas as categorias aqui.
Federação das Indústrias reage à votação
Nesta quinta-feira (8), a Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan) reagiu à aprovação da proposta. A entidade manifestou que "lamenta que a Alerj tenha ignorado todas as negociações e a grave crise econômica que o estado do Rio de Janeiro ainda vive". "O índice é quase o triplo do aprovado para o salário mínimo nacional, que foi de 1,8%", destaca a federação.
A Firjan associa o resultado da votação ao ano eleitoral, afirmando que "os parlamentares fecharam os olhos para todas as negociações, dados e alertas, e votaram os 5% para conquistar o aplauso rápido dos eleitores".
Segundo estimativa da instituição, a aprovação de 5% de reajuste provocará um "efeito cascata, que vai elevar preços de produtos e serviços e pode levar à extinção de mais 25 mil vagas de trabalho".
Reajustes por faixas
Faixa I – R$ 1.193,36: Trabalhadores agropecuários; empregados domésticos; trabalhadores de serviços de conservação e manutenção; auxiliar de serviços gerais e de escritório; guardadores de veículos, entre outros.
Faixa II – R$ 1.237,33: Trabalhadores da construção civil; carteiros; cozinheiros; operadores de caixa; cabeleireiros e manicures; motoboys; comerciários; pintores; pedreiros; garçons, entre outros.
Faixa III – R$ 1.325,31: Baristas, estoquistas, casqueadores e ferradores de animais, soldadores; agentes de trânsito; telefonistas e operadores de telemarketing com jornada de 180 horas mensais; condutores de veículos de transportes; porteiros; eletricistas; frentistas; bombeiros civis; auxiliares de enfermagem, entre outros.
Faixa IV – R$ 1.605,72: Entrevistadores sociais, técnicos em enfermagem; trabalhadores de nível técnico registrados nos conselhos de suas áreas; técnicos em farmácia; técnicos em laboratório; bombeiro civil líder, entre outros.
Faixa V – R$ 2.241,77: Técnicos em radiologia, fotógrafos, técnicos de eletrônica; motoristas de ambulância; intérprete de Libras; técnicos de segurança do trabalho; técnicos de instrumentalização cirúrgica, entre outros.
Faixa VI – R$ 3.044,78: Professores de Ensino Fundamental (1° ao 5° ano) com regime semanal de 40 horas, economistas, pedagogos, jornalistas, contadores; psicólogos; fisioterapeutas; sociólogos; assistentes sociais; biólogos; nutricionistas; bibliotecários; enfermeiros, entre outros.
*Com informações da Assessoria de Comunicação da Alerj

G1

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