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quinta-feira, 7 de março de 2019

‘CRIEI MEU FILHO PARA UM MONSTRO VIR E DESTRUIR A MINHA FAMÍLIA’, DIZ PADRASTO DE ADOLESCENTE MORTO EM NOVA IGUAÇU


Familiares e amigos de Lucas pedem justiça
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Foto/Jornal Extra/facebook/Divulgação
“Criei meu filho a vida inteira para um monstro vir e destruir a minha família”. A revolta de Alexandro Andrade dos Santos, padrasto de Lucas Torres do Santos, de 16 anos, expressa a revolta e a dor de amigos e familiares com o crime bárbaro. O corpo do adolescente, encontrado morto nesta terça-feira, foi enterrado na manhã desta quarta-feira no Cemitério Municipal de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
- Eu não sei o que vai ser da minha vida daqui para frente, não sei. Criei meu filho a vida inteira pra um monstro vir e destruir a minha família - disse Alexandro.
Ele saiu de casa no último sábado para ir a uma festa de carnaval, na Praça de Cabuçu, na cidade. Desde então, não foi mais visto por familiares. Durante o enterro, uma manifestação emocionada pediu justiça.
- Na festa, Lucas foi levar uma amiga ao banheiro, e o ex-namorado dela o levou pelo braço. Depois disso, ele não foi mais visto. O rapaz prestou depoimento na delegacia, mas foi liberado por falta de provas - lamentou a mãe de Lucas, Vanessa Torres.
A menina que seria pivô do caso, menor de idade, também prestou depoimento à Polícia. Segundo familiares, um print de uma conversa e o relato dela na delegacia sustentariam que o ex-namorado dela teria sido o autor do crime, considerado passional. 
A família desconfia que a ideia do suspeito era utilizar Lucas como isca para pegar um jovem que estava se relacionando com a ex-namorada dele no carnaval. De acordo com parentes, Lucas e a jovem se conheceram no carnaval, mas nunca tiveram nenhum relacionamento. Eles estiveram juntos apenas no momento em que Lucas foi pego. Desde então, o menino desapareceu.
O corpo de Lucas foi encontrado somente na terça-feira, na Avenida Abílio Augusto Távora, em Nova Iguaçu, próximo a sua residência, com a carteira e documentos ao lado. Segundo a família, ele estava com marcas de queimaduras e com várias lesões que, aparentemente, teriam sido feitas por golpes de machado.
- Ele foi torturado sem motivo nenhum. A gente sabe de tudo pelos áudios (de WhatsApp). Um monstro fez isso com ele. Temos a esperança de que ele fique preso - afirmou Regina Souza, tia-avó de Lucas.
Durante o tempo em que o jovem ficou desaparecido, Vanessa manteve a esperança de encontrá-lo. 
- Ainda tinha esperança. Ele era um menino muito bom, amigo de todos, cheio de sonhos. É muito difícil. Estou tentando ser forte porque acredito que a justiça será feita - disse Vanessa, que também é mãe de um menino de sete anos.
Lucas queria ser engenheiro. Era amante do jiu-jitsu, esporte que praticava desde criança. Era conhecido como “amarelinho” pela faixa que carregava no esporte. Tinha o sonho de competir profissionalmente. 
- Ele estava sempre sorrindo, era um garoto bom. Eu era como um segundo pai, às vezes, o chamava para conversar e dar uns toques. Quando você vê um garoto ser assassinado dessa forma, é muito triste - disse Ney Timoteo, professor de Lucas durante boa parte de sua vida. 
O caso foi registrado na 56ª DP (Comendador Soares), mas foi encaminhado para a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, em Belford Roxo. De acordo com a Polícia Civil, foi aberto um inquérito para apurar a ocorrrência. As circunstâncias da morte estão sendo investigadas, e as diligências estão em andamento.

Jornal Extra

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