Foto/Reprodução
Quando os amigos de Samura Sento Sé Braz, de 34 anos, começaram a procurar a designer gráfica por seu desaparecimento, não imaginavam que as notícias que receberiam sobre o sumiço dela seriam tão trágicas. O corpo da mulher que trabalhava em casa foi encontrado esquartejado na Praia da Rosa, na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio, bairro onde ela morava com o irmão, a cunhada e o sobrinho.
E o principal suspeito por tamanha frieza é o próprio irmão da designer, o ex-jogador de futebol Luis Antônio de Medeiros Senna, de 45 anos. Ele, que jogou, dentre outros, pelo Fluminense, Botafogo, Bahia, Bangu e Portuguesa, e estava desempregado, é procurado pela Polícia Civil como responsável pela morte, esquartejamento e ocultação do cadáver da irmã.
"A gente começou a sentir a falta da Samura uma semana depois de ela realmente ter desaparecido. Fomos na casa dela e, com a ajuda de um chaveiro, entramos no seu quarto e vimos que estava tudo lá", conta uma amiga da designer, que prefere não se identificar. "O irmão dizia que ela não estava em casa porque tinha viajado, mas estranhei porque éramos muito amigas e ela sempre me contava tudo".
De lá, a amiga e os familiares, incluindo o irmão, foram à Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), na Cidade da Polícia, no Jacaré, para registrar o desaparecimento da designer. Durante os depoimentos, os agentes começaram a achar estranho que Luis Antônio só começou a se mobilizar para procurar a irmã uma semana depois de seu sumiço.
"Os policiais começaram a fazer perguntas somente sobre ele e começamos a desconfiar também. Parece que queriam ter mais indícios", afirma a amiga.
Os depoimentos foram dados na quinta-feira da semana passada e um dia depois quem sumiu foi Luis Antônio. Na verdade, ele fugiu de casa. A esposa continua por lá e diante das suspeitas sobre o marido está preocupada com o filho do casal.
Considerado foragido da Justiça, o ex-jogador teria matado e esquartejado a irmã por causa da disputa da herança deixada pela mãe, que morreu em 2014. Os cinco filhos ficaram com imóveis deixados pela matriarca da família. Luis Antônio reclamava da divisão entre os irmãos.
"Ele não concordava e sempre reclamava. A casa em que eles moravam estava no nome da Samura, mas ele também não aceitava. Ele achava que deveria ser dele e que a Samura deveria sair de casa", relembra a amiga.
De acordo com ela, a briga entre os irmãos eram constantes e sempre ouvidas pelos vizinhos. Mas nenhuma das discussões teria tamanha violência como a mais recente. E Samura contava para as amigas as desavenças que tinha com o irmão.
"Agora, além de estar na expectativa para a prisão dele, esperamos que os restos mortais da Samura sejam liberados pelo IML o quanto antes", diz a amiga, sobre as partes do corpo encontradas há cerca de 10 dias e que foram identificadas como sendo da designer gráfica nesta semana.
O Dia
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