Continuação...
Santa
Isabel do cachorro Levado, acompanhava o Sr. Valdimiro na sua ronda montado no
seu cavalo, do Sr. Militão que cuidava com zelo do Índio e do Montenegro, belos
cavalos do Sr. Carlos Alberto Pereira Pinto, um todo branco e o outro todo
negro.
Cavalos que ganhavam vária exposições na região, tinham sempre por perto o
Mexicano um cachorro enorme que ficava solto no quintal e os seus latidos eram
escutados a longa distância, mas muitos se arriscavam em enfrentar a fera,
enquanto uns distraia ou chamava a atenção do animal, outros entravam pela
cerca para apanhar deliciosas mangas espadas e ainda brincavam com a Chita, a
macaquinha que fazia as suas peraltices. Era um show a parte.
Santa Isabel do Cajá do Dona Élcida, o jambo da Dona Maria do Sr. Horácio, ou o
abil da Dona Elelvina do Sr. Zé Januário, a garotada gostava de passar ´perto
da casa da Dona Penha pra tomar bênção e ouvir dela:”O Deus te cria ou o Deus
te abençoe. Era a convivência no Colégio que tinha a batuta da professora
Letícia de Menezes e da professora Gilda Serafim, que mais tarde se tornou
Quintal que por quase 20 anos, dirigiu a escola. Depois assumindo a Ilazir
Thomáz, professora da Comunidade como a Gilda. Qualquer ato de indisciplina o
aluno era conduzido ao Gabinete e a “coisa” pegava.
Muito
dessas professoras que lecionavam na Usina era da própria comunidade e
estudaram no Colégio, se formaram e depois iam passar o seu conhecimento aos
jovens de Santa Isabel. Nomina-las corremos o risco de esquecer de alguém, mas
posso citar das
muitas professoras: Selma e Nina Hipólito, Creuza, Edméia, Eni Teixeira. Duas
que tive o privilégio de ser um dos seus alunos. A professora Isabel no Jardim
de Infância e a professora Nina Rosa Ciryllo na alfabetização.
O Colégio da Dona Fiotinha uma das pioneiras na arte de preparar deliciosas
merendas, da Dona Euticha que levava as crianças desde a sua residência que era
pós o campo de futebol até o Jardim de Infância, os mais velhos tiravam sarros
com os mais novos e diziam:”Lá vem Dona Ticha com os seus filhotinhos, pegando
de um a um para levar para o jardim.” Era a responsável pela merenda dos mais
novos, a sua família está na terceira geração como funcionários do Colégio da
Usina. A Dona Euticha fazia o que era feito pelo Sr. Sergio, aquele que chutava
as ripas no campo a cada ataque do Santa Isabel F.C, há vários anos atrás com o
pessoal que morava na parte de cima da Comunidade.
Santa
Isabel das “meninas” mais bonitas da região que se casaram e foram embora
constituir famílias em outros lugares, mas nunca esqueceram da sua terra
querida.
Santa
Isabel dos grandes embates esportivos e de uma torcida apaixonada, das brigas
históricas, principalmente quando jogava contra o Santa Maria. Quem não se
lembra de uma famosa em Apiacá em que apenas José Carlos Tibô, Fifiu, Helinho e
Paulinho Salvador encararam o time do Boa Vista, a de Carabuçu, contra o
Liberdade provocada pelo Adilsinho que correu o campo todo sendo socorrido
pelos jogadores do time principal e vários torcedores em uma briga generalizada
no Estádio Dr. Cesar Ferola. A briga em Italva onde quase todos brigaram,
muitos bateram e apanharam, outros correram e esperaram o caminhão em Cimento
Paraíso,da coragem do Jorge Rodrigues, goleiro destemido, parecia que era cinco
em apenas um homem e não levava desaforo para casa, podia ser em qualquer lugar
que ele encarava, como aconteceu em Italva., dos gritos do Ari Carreiro, da
torcida feminina, das balas e do refresco da Dona Benedita Araújo, do barzinho
do Sr. Orbílio Machado, dos muitos “técnicos” que durante a semana escalavam o
time na barbearia do Sr. Antenor, difícil era aguentar o seu humor, era
provocado ,e a máquina zero na cabeça. Muitos gostariam de cortar o cabelo
“tipo” escoteiro, mas a ordem dos pais era tipo Tupetinho, no gênero Cascão.
Santa
Isabel, onde o rádio apresentava o romance de Albertinho Limonta e Isabel
Cristina, a luta da mãe Dolores e Dom Rafael que era contra o Direito de
Nascer, de Jerônimo o Herói do Sertão, da Voz do Brasil onde o Sr. Malvino
narrava no dia seguinte tudo que era falado na Voz do Brasil à partir das 7 da
noite, do Júlio Louzada e a Oração da Ave Maria e da voz marcante de Contijo
Teodoro e o Repórter Esso, cujo bordão era:”Testemunha Ocular da História”,
tudo isso em uma concentração ao lado de um aparelho de rádio.
Santa
Isabel de Jair Concha, vascaíno como ele só. Colocava o seu possante rádio ABC
a Voz de ouro na calçada e ouvíamos ali o futebol show na voz marcante de
Valdir Amaral e o eletrizante Jorge Cury, muitos gostava, do Doalcei Bueno de
Camargo ou do Orlando Batista. A cada ataque do Vasco ele aumentava o volume, a
cada ataque do time adversário era diminuído automaticamente.
Santa
isabel das histórias do Sr. Sebastião Calisto que adorava contar quando a
molecada perguntava sobre o seu Vasco e ele narrava com orgulho a escalação do
Expresso da Vitória que tinha entre muitos: Barbosa, Eli, Jair da Rosa Pinto,
Friaça. Com orgulho ele falava:” Era um timaço” e com orgulho ainda os mais
novos ouvia extasiados os feitos do Escrete Brasileiro no estrangeiro nas
conquistas das Copas de 1957 na Suécia e 1962 no Chile Chile, chegava através
das ondas do rádio.
Santa
Isabel de muitas gírias e apelidos podemos contar, por exemplo a pessoa que não
levava desaforos pra casa e por qualquer motivo armava um barraco era chamada
de “embruísta”. A outra que andava meio encurvada dizia que tinha “uma pancada
na covanca”, quem não se lembra da “trauira de parede” do Geraldo José ao
comparar uma pessoa com uma lagartixa, coisa do Geraldo José.
Continua...
Extraído
do Livro:Usina Santa Isabel, Jamais esquecida.
Blog do Jailton da Penha JDP
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