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quinta-feira, 1 de agosto de 2019

USINA SANTA ISABEL, JAMAIS ESQUECIDA - PARTE 3

A imagem pode conter: céu, nuvem, planta e atividades ao ar livre
Continuação...
Santa Isabel do cachorro Levado, acompanhava o Sr. Valdimiro na sua ronda montado no seu cavalo, do Sr. Militão que cuidava com zelo do Índio e do Montenegro, belos cavalos do Sr. Carlos Alberto Pereira Pinto, um todo branco e o outro todo negro. 
Cavalos que ganhavam vária exposições na região, tinham sempre por perto o Mexicano um cachorro enorme que ficava solto no quintal e os seus latidos eram escutados a longa distância, mas muitos se arriscavam em enfrentar a fera, enquanto uns distraia ou chamava a atenção do animal, outros entravam pela cerca para apanhar deliciosas mangas espadas e ainda brincavam com a Chita, a macaquinha que fazia as suas peraltices. Era um show a parte.

Santa Isabel do Cajá do Dona Élcida, o jambo da Dona Maria do Sr. Horácio, ou o abil da Dona Elelvina do Sr. Zé Januário, a garotada gostava de passar ´perto da casa da Dona Penha pra tomar bênção e ouvir dela:”O Deus te cria ou o Deus te abençoe. Era a convivência no Colégio que tinha a batuta da professora Letícia de Menezes e da professora Gilda Serafim, que mais tarde se tornou Quintal que por quase 20 anos, dirigiu a escola. Depois assumindo a Ilazir Thomáz, professora da Comunidade como a Gilda. Qualquer ato de indisciplina o aluno era conduzido ao Gabinete e a “coisa” pegava. 
Muito dessas professoras que lecionavam na Usina era da própria comunidade e estudaram no Colégio, se formaram e depois iam passar o seu conhecimento aos jovens de Santa Isabel. Nomina-las corremos o risco de esquecer de alguém, mas posso citar das 
muitas professoras: Selma e Nina Hipólito, Creuza, Edméia, Eni Teixeira. Duas que tive o privilégio de ser um dos seus alunos. A professora Isabel no Jardim de Infância e a professora Nina Rosa Ciryllo na alfabetização.

O Colégio da Dona Fiotinha uma das pioneiras na arte de preparar deliciosas merendas, da Dona Euticha que levava as crianças desde a sua residência que era pós o campo de futebol até o Jardim de Infância, os mais velhos tiravam sarros com os mais novos e diziam:”Lá vem Dona Ticha com os seus filhotinhos, pegando de um a um para levar para o jardim.” Era a responsável pela merenda dos mais novos, a sua família está na terceira geração como funcionários do Colégio da Usina. A Dona Euticha fazia o que era feito pelo Sr. Sergio, aquele que chutava as ripas no campo a cada ataque do Santa Isabel F.C, há vários anos atrás com o pessoal que morava na parte de cima da Comunidade.
Santa Isabel das “meninas” mais bonitas da região que se casaram e foram embora constituir famílias em outros lugares, mas nunca esqueceram da sua terra querida.
Santa Isabel dos grandes embates esportivos e de uma torcida apaixonada, das brigas históricas, principalmente quando jogava contra o Santa Maria. Quem não se lembra de uma famosa em Apiacá em que apenas José Carlos Tibô, Fifiu, Helinho e Paulinho Salvador encararam o time do Boa Vista, a de Carabuçu, contra o Liberdade provocada pelo Adilsinho que correu o campo todo sendo socorrido pelos jogadores do time principal e vários torcedores em uma briga generalizada no Estádio Dr. Cesar Ferola. A briga em Italva onde quase todos brigaram, muitos bateram e apanharam, outros correram e esperaram o caminhão em Cimento Paraíso,da coragem do Jorge Rodrigues, goleiro destemido, parecia que era cinco em apenas um homem e não levava desaforo para casa, podia ser em qualquer lugar que ele encarava, como aconteceu em Italva., dos gritos do Ari Carreiro, da torcida feminina, das balas e do refresco da Dona Benedita Araújo, do barzinho do Sr. Orbílio Machado, dos muitos “técnicos” que durante a semana escalavam o time na barbearia do Sr. Antenor, difícil era aguentar o seu humor, era provocado ,e a máquina zero na cabeça. Muitos gostariam de cortar o cabelo “tipo” escoteiro, mas a ordem dos pais era tipo Tupetinho, no gênero Cascão.
Santa Isabel, onde o rádio apresentava o romance de Albertinho Limonta e Isabel Cristina, a luta da mãe Dolores e Dom Rafael que era contra o Direito de Nascer, de Jerônimo o Herói do Sertão, da Voz do Brasil onde o Sr. Malvino narrava no dia seguinte tudo que era falado na Voz do Brasil à partir das 7 da noite, do Júlio Louzada e a Oração da Ave Maria e da voz marcante de Contijo Teodoro e o Repórter Esso, cujo bordão era:”Testemunha Ocular da História”, tudo isso em uma concentração ao lado de um aparelho de rádio.
Santa Isabel de Jair Concha, vascaíno como ele só. Colocava o seu possante rádio ABC a Voz de ouro na calçada e ouvíamos ali o futebol show na voz marcante de Valdir Amaral e o eletrizante Jorge Cury, muitos gostava, do Doalcei Bueno de Camargo ou do Orlando Batista. A cada ataque do Vasco ele aumentava o volume, a cada ataque do time adversário era diminuído automaticamente.
Santa isabel das histórias do Sr. Sebastião Calisto que adorava contar quando a molecada perguntava sobre o seu Vasco e ele narrava com orgulho a escalação do Expresso da Vitória que tinha entre muitos: Barbosa, Eli, Jair da Rosa Pinto, Friaça. Com orgulho ele falava:” Era um timaço” e com orgulho ainda os mais novos ouvia extasiados os feitos do Escrete Brasileiro no estrangeiro nas conquistas das Copas de 1957 na Suécia e 1962 no Chile Chile, chegava através das ondas do rádio.
Santa Isabel de muitas gírias e apelidos podemos contar, por exemplo a pessoa que não levava desaforos pra casa e por qualquer motivo armava um barraco era chamada de “embruísta”. A outra que andava meio encurvada dizia que tinha “uma pancada na covanca”, quem não se lembra da “trauira de parede” do Geraldo José ao comparar uma pessoa com uma lagartixa, coisa do Geraldo José.
Continua...
Extraído do Livro:Usina Santa Isabel, Jamais esquecida.


Blog do Jailton da Penha JDP


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