Foto: Ururau.
Uma rebelião na Cadeia Pública de Campos, antiga casa de Custódia, iniciou-se na noite deste sábado, por volta das 22h e cruzou a madrugada, tendo desfecho somente na manhã deste domingo (15/02).
Segundo informações de policiais militares, lotados na 2ª Companhia do 8º Batalhão de polícia Militar (BPM), os presos começaram a atear fogo em colchões e lançaram pedaços de concreto nos refletores, na intenção de tirar a iluminação da unidade.
As primeiras informações, obtidas através da representante da Comissão de direitos Humanos da OAB Campos, Wilza Carla e do representante da OAB, Márcio Marques, que através das famílias, tiveram contato direto com diversos detentos, via celular, era de que a origem da rebelião seria a insatisfação com a transferência de cerca de 150 a 200 presos para o Rio de Janeiro.
Os representantes contaram que chegaram por volta das 23h30 no local e se dispuseram a entrar na unidade para tentar negociar com os presos, mas tiveram o pedido negado pelo comando da operação, tendo como justificativa a impossibilidade de garantia da segurança de ambos.
Durante toda a madrugada familiares de detentos permaneceram em frente à unidade prisional em busca de notícias dos parentes. Muitos deles se comunicaram livremente via celular e notificavam sobre feridos necessitando de socorro.
Apenas o GSE/SOE teve acesso ao presídio. O comandante do 8º BPM, Marcelo Freiman, esteve no local e disse que coube à Polícia militar a segurança da área externa a té a chegada do grupo de intervenção do Rio de Janeiro. Ainda de acordo com o comandante, foi solicitado o reforço do 32º BPM, de Macaé, com 20 policiais, 36 BPM de Santo Antônio de Pádua, com 20 agentes, outros 25 homens do 29º BPM de Itaperuna e 30 policiais da 6º Comando de Policiamento de Área (CPA).
O Corpo de Bombeiros Militar também enviou equipes que controlaram o fogo nas celas e permaneceram no lado de fora da unidade prisional, para caso de necessidade de atendimento emergencial.
Parentes de detentos saíram de diversos bairros, desesperados, em busca de informações. De dentro da cadeia, muitos internos fizeram contato com familiares, através do telefone celular. Alguns pedindo socorro, com medo da proporção que a rebelião. Por volta das 02h30, já havia mais de 100 familiares de detentos no local.
Às 3h, três estrondos foram ouvidos dentro da unidade e uma fumaça subiu, do lado de fora os familiares se revoltaram contra a Polícia Militar e tentaram invadir o cordão de isolamento. Os policiais conseguiram conter os mais exaltadas, explicando que a ação dentro da unidade não partiu da PM.
Por várias vezes, de dentro da cadeia, detentos fizeram contatos com os familiares, informando a existência de feridos no local.
Às 07h40 da manhã, o coordenador de segurança da Secretaria de estado de Segurança, Jorge da Silva reportou-se aos familiares e à imprensa, informando que a rebelião teria se iniciado a partir de uma briga na cela 4 e presos das celas 3 e 5 também teriam se envolvido. Por conta da rebelião, três presos ficaram feridos e serão encaminhados para a 146ª Delegacia Legal de Guarus para registro de ocorrência. Posteriormente, todos os presos das três celas envolvidas na rebelião serão transferidos para unidades prisionais no Rio de Janeiro.
Ainda segundo o coordenador, nenhum detento de outra cela irá sofrer medida disciplinar e os horários de visitação serão mantidos na normalidade.
Ururau