Imagens de animais mortos em um canil geraram uma polêmica na região. Recentemente várias fotos de cachorros que foram mortos de uma forma brutal, começaram a ser divulgadas pelas redes sociais.
Assim como qualquer outro ato de violência contra animais, o caso ganhou repercussão e se espalhou rapidamente pelos aparelhos celulares, principalmente na região Noroeste Fluminense, já que as fotos foram feitas no canil municipal de Santo Antônio de Pádua.
Após receber várias dessas imagens que preferimos não publicar, nossa equipe visitou o canil de Pádua, que funciona em um terreno junto com uma usina de reciclagem, no mesmo morro onde funciona o lixão do município.
O espaço onde funciona o canil pertencia a usina de reciclagem, mas foi adaptado, e mudanças ainda estão sendo feitas, como por exemplo, área de quarentena, área de sol e área de banho.
Cerca de 50 cachorros vivem no local, e todos são criados pelo funcionário da usina de reciclagem, que também recebe para cuidar dos animais. Segundo o funcionário que não quis se identificar, a prefeitura fornece ração, vacinas e todos os materiais necessários, e um veterinário da vigilância sanitária faz o acompanhamento dos animais.
Em entrevista ao São Fidélis Notícias, o secretário de saúde de Pádua, Enéias Chaves de Oliveira, disse que os animais que aparecem mortos nas fotos divulgadas, foram fatos plantados, pois tinham aspectos de animais que foram atropelados nas estradas, comidos por urubus e assim eram jogados nas baias dos animais. Ainda segundo o secretário, ao analisar as imagens, foi constado que os animais mortos nas baias não tinham nada a ver com a real situação do canil. Enéias disse ainda que o local está sendo reformado, e que a prefeitura está adequando a estrutura ao que a lei determina, e que estão sendo confeccionados portões e grades para segurança dos animais contra terceiros. O secretário contou ainda que os animais foram cadastrados com coleiras e numeração de identificação.
“Os animais mortos não apareciam em dia de semana, só apareciam nos finas de semana, assim que o funcionário ia embora. Não achamos os culpados, mais vamos dizer que eles reforcem a ideia que esses animais morreram ali, mas eu continuo dizendo que não, e apresento um dado importante, pois desde que foram instalados portões e grades, os animais mortos pararam de aparecer”, disse o secretário.
Segundo o responsável por cuidar do canil, um novo espaço será construído para os animais, e a obra já está em fase de licitação, fato confirmado pelo secretário de saúde do município.
“Muita gente tinha interesse em assumir canil, fizeram sensacionalismo além do normal, mais as melhorias estão sendo feitas. Tratamos o caso como responsabilidade com a vida dos animais e não um meio de vida que muitos queriam assumir pra ter beneficio próprio”, disse o secretário que terminou a entrevista fazendo uma pergunta. “Pararam de morrer animais ou pararam de jogar?”.
Embora não encontramos o cenário que aparece nas imagens divulgadas pela internet, podemos perceber um olhar de sofrimento e de medo nos animais, uma olhar de quem pede socorro, pois vivem em um espaço inapropriado, e que precisa de muitos reparos para ser um verdadeiro canil.
Nossa redação tentou contato com o Ministério Público para saber se o caso está sendo investigado, mas fomos informados que deveríamos entrar em contato com a Tutela Coletiva do MP. Nossa equipe entrou em contato com a Tutela Coletiva, mas fomos informados que a promotora não poderia nos atender, e que deveríamos entra em contato com a assessoria de imprensa do Ministério Público.
Entramos em contato com a assessoria, mas até o momento, nossos questionamentos não foram respondidos. Uma abaixo-assinado está sendo feito através da internet, pedindo para que o Ministério Público tome as decisões cabíveis em relação ao canil. Até o momento, cerca de 763 já assinaram a petição pública.
SFn/Por: Vinícius Cremonez
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