Páginas

terça-feira, 26 de julho de 2016

CARLOS BORGES GARCIA: O MITO

Carlos Garcia e a comemoração da vitória na eleição em 1970, na Praça Governador Portela
Jorge Assis passou o cargo a Carlos Garcia
Missa, no dia da posse, em 1971, foi realizada na capela do Abrigo dos Velhos
Cais da Beira-Rio inaugurado em 13/08/1972
Praça sobre o Valão da Soledade
Carlos Garcia e seu filho José Antônio Boechat Garcia (foto de André Luiz de Oliveira)
Maria José Boechat Garcia e Carlos Borges Garcia: amor por toda a vida (foto de André Luiz de Oliveira)
Carlos Borges Garcia, em 1970
Carlos Borges Garcia e sua formatura em Administração, em Muriaé (MG), em 1958
Da esquerda para a direita: Agostinho Boechat, Iracema Seródio Boechat, Algenor Boechat e Carolina Borges Boechat. Direita: Ana Elzira Borges, Jozino Garcia, Carmosina Borges e Alípio Garcia Campos, primo de Carlos
Da Série Entrevistas de O Norte Fluminense

Eleito por quatro vezes alcaide do município, Carlos Borges Garcia tornou-se um mito em Bom Jesus do Itabapoana. 
Acometido do Mal de Alzheimer, retirou-se da política, mas seu nome ecoa num contingente considerável de eleitores que o reverenciam. O Norte Fluminense esteve em sua residência, por duas vezes, entrevistando sua esposa, Maria José Boechat Garcia, e seu filho, José Antonio Garcia. 
NASCIMENTO
Carlos Borges Garcia nasceu no dia 15/11/1928, em Bom Jesus do Itabapoana. É filho de Jozino Garcia de Figueiredo e Ana Alzira Borges, ambos nascidos também em Bom Jesus do Itabapoana.
Teófilo Garcia Bastos, de Laje do Muriaé (RJ), casado com Maria Olimpio Figueiredo, de Bom Jesus do Itabapoana, são seus avós paternos. Os avós maternos são Clemência Carolina Borges e Sebastião Pereira Medeiros. Clemência era filha de Messias Borges, irmão de Anacleto e Ernesto Borges. 
São 5 irmãos: Valter, com 5 filhos, Humberto, com 6 filhos, Leda, com 4 filhos, entre os quais, Rui Garcia Marques, presidente da FAPERJ, Marilda, com quatro filhos, e Carlos, com quatro filhos: José Antônio (Isabela e Gabriela), Carlos Alberto (Vítor e Artur), Luís Fernando (Felipe e Fernando) e Carla (Carolina, Lúcio e Lígia). 
Estudou no Colégio Rio Branco até o curso de Contabilidade e formou-se em Administração em Muriaé (MG).
Carlos Garcia começou a trabalhar aos 18 anos, no armazém de José Bastos Borges. Posteriormente, foi funcionário da Casa José Mansur. Em 1950, foi trabalhar com José Garcia, na Papelaria América, no Rio de Janeiro.
MARIA JOSÉ BOECHAT GARCIA
Maria José Boechat Garcia, esposa de Carlos Garcia, por sua vez, nasceu no dia 08/12/1930, na Serra do Tardin.
Seus pais, Algenor Boechat e Carolina Borges Boechat, nasceram na Barra do Pirapetinga.
Os avós paternos são os suíços João Pedro Boechat e Leopoldina Lengruber Boechat.
Os avós maternos são José Messias Borges e Francisca Pereira Borges. Maria José diz que, "segundo informações, minha bisavó materna era índia e teria sido laçada. Contudo, não me recordo do nome da mesma", ressalta.
Ela possui 3 irmãos: José Borges Boechat, Antonio Carlos Boechat (falecido), ambos nascidos na Barra do Pirapetinga, e Maria Alice, nascida em Pirapetinga de Bom Jesus.
Conta Maria José que "foi José Borges Boechat, juntamente com papai quem desenvolveram o freio a ar para caminhões. Depois, eles instalaram a Fábrica Boechat, em Itaperuna (RJ), que chegou a ter cerca de 400 (quatrocentos) funcionários", registra.
Continua ela: "Foi meu avô, José Pedro Boechat, quem mandou construir a Fazenda do Pavão. Meu pai dizia que ajudou a construí-la".
Por outro lado, José Antonio assinala que "foi Antonio José Coelho, nascido por volta de 1860, quem construiu, a partir de 1885, a Fazenda do Pavão, localizada em Pirapetinga de Bom Jesus, onde foi criada minha mãe. Antonio foi trazido de Ubá (MG), por suas qualidades como pedreiro. Acabou se fixando em Bom Jesus e se casando com Luzia Boechat Coelho, a tia Didia. Eles tiveram 6 filhos: Dario, Dedé Coelho, Francisco, Maria Coelho, Rosalina e Leontina". 
Carlos Borges Garcia e Maria José Boechat Garcia casaram-se em 20 de dezembro de 1951, na Igreja de São José do Avahy, em Itaperuna (RJ).
Em 1951, Carlos Garcia fundou a OACIL, tendo como sócios Luis Ferreira Borges, Alípio Garcia e Carvalho. Em 1960, fundou a Indústria Reunida Bom Jesus Ltda, tendo como sócios seu pai Josino e a irmã Leda. Esta empresa, hoje, tem sede na Região dos Lagos, e é administrada pelo filho Luís Fernando, que é engenheiro civil. Em 1979, foi um dos dez sócio-fundadores da Dunorte Veículos.
Carlos Borges Garcia foi o 1º presidente da Associação Comercial de Bom Jesus do Itabapoana. Exerceu a presidência da CAVIL, do Rotary, do Hospital e do Centro Popular Pró-Melhoramentos.
Sua esposa, Maria José Boechat Garcia, sempre apoiou o marido em suas atividades. Na Igreja, atuou em Grupos de Oração e Cursos de Bíblia, participando com Carlos Garcia em Encontros de Casal. 
Carlos Borges Garcia, segundo relata seu filho José Antônio Boechat Garcia, iniciou sua vida política na Secretaria de Obras, quando o prefeito era Oliveiro Teixeira, entre 1962 a 1965.
Posteriormente, foi eleito vice-prefeito juntamente com Jorge Assis, no período entre 1966 e1970.
Em 1970, foi eleito prefeito por dois anos, em uma eleição especial. Este momento foi marcante, segundo informa sua esposa Maria José Boechat Garcia.
Em 1981, Carlos Garcia exerceu o cargo de Secretário de Obras, na gestão de Adílio Pimentel. Este assumira o cargo por ocasião do falecimento de Jorge Assis.
Em 1982, foi candidato a prefeito, perdendo a eleição.
De 1988 a 1992, contudo, foi eleito alcaide pela 2ª vez.
Em 1993, exerceu o cargo de Secretário de Obras na administração de Álvaro Moreira.
Foi eleito prefeito pela 3ª vez em 1996, e eleito prefeito pela 4ª vez em 2004. Segundo José Antonio, "por problemas de saúde, meu pai deixou o cargo em 2006".
OBRAS
José Antonio destaca algumas obras realizadas por seu pai:
"Cais da Beira-Rio, obra sobre o Valão da Soledade, melhoria no Bairro Pimentel Marques com a instalação do Destacamento da Polícia Militar, da Secretaria de Obras, além de calçamento de ruas. Em Pirapetinga de Bom Jesus: construção do colégio Iracema Boechat, Posto de Saúde, Quadra, 26 casas populares, viveiro de mudas, horta para colégio, 7 pontes de cimento, usina de tratamento de água, ampliação do antigo colégio, trator, calçamento das ruas. 
Meu pai construiu mais de 50 pontes de cimento no município e instalou o SAAE, levando água para todo o município, além de Postos de Saúde em todos os distritos.
Comprou 24 alqueires na região da Usina Santa Isabel, para a instalação do Parque Industrial, criou a usina de tratamento de lixo e adquiriu o terreno onde foi instalado o Brizolinha. 
Na época em que meu pai era prefeito, haviam cerca de 10 tratores para ajudar o homem na zona rural. Recordo-me que meu pai instituiu a patrulha mecanizada, consistente de 5 caminhões, 5 máquinas patrol e uma enchedeira para atender as estradas. 
Além disso, nenhum parente participou da administração, enquanto ele foi prefeito e nenhum material foi comprado, neste período, da OACIL".
Segundo Maria José, "A alegria que vejo na política é o reconhecimento da população. O povo é sempre cordial. Toda hora aparecia alguém perguntado pela saúde do Carlos. Observamos que Carlos se tornou um ídolo. Mas, na política, há decepções, porque há muita traição. Às vezes, a gente pensa que a pessoa é uma coisa, mas, depois, vai ver que não era nada daquilo", lamenta. 
Ela complementa: "Sinto-me realizada na vida. Uma mensagem que eu deixaria para as novas gerações é que os jovens não se envolvam com drogas. Procurem ser honestos. Que estudem para serem grandes pessoas amanhã".

O Norte Fluminense

Nenhum comentário:

Postar um comentário