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sábado, 25 de março de 2017

DISTRITO DE SANTO EDUARDO: MEMÓRIA SOCIAL, RELIGIOSA E CULTURAL

Histórias e a memória social, religiosa e cultural passaram pela Estação Ferroviária e pela Igreja de Santo Eduardo

As histórias e a memória social, religiosa e cultural passaram pela Estação Ferroviária e pela Igreja de Santo Eduardo, na região norte de Campos. A partir da chegada dos trens, o distrito iniciou seu processo de desenvolvimento. Os moradores lamentam o estado do prédio da estação, por onde circulavam as histórias e estórias, constituindo um legado, que precisa ser preservado. A igreja foi palco de muitas lutas para a preservação da fé católica. 
Inaugurada em 1879, a Estação Ferroviária é um dos locais de importância para Santo Eduardo. Pelos trilhos chegou o desenvolvimento do distrito, que foi criado em 1861.
Pelos trilhos era transportado o café produzido na região do Vale do Itabapoana para o Rio de Janeiro. Para os moradores mais antigos, o saudosismo de um tempo que o trem era o único meio de transporte para a locomoção dos moradores. Por Santo Eduardo passava um trem de Cachoeiro de Itapemirim (ES) com destino ao Rio de Janeiro, passando por Campos. “É muito frustrante termos uma obra tão bonita e rara na nossa comunidade, mas abandonada desta forma. A estação tem tudo para ser considerada um patrimônio cultural de Campos, mas falta sensibilidade aos nossos governantes e atitude para inverter esta situação. Um monumento com arquitetura genuinamente inglesa, muito bem planejada assim não tem em qualquer lugar por aí afora”, ressaltou o fotógrafo Lenilson Werneck.
Para Fábio Grey Ferreira Ramos, 53 anos, que mora nas proximidades da estação, a reforma do prédio representa o resgate da história do distrito, que teve na ferrovia o início do desenvolvimento em todos os aspectos, desde a mobilidade dos moradores até a chegada de bens de consumo. “Lembro-me com muitas saudades da época que o Cacique, que transportava passageiros e que agitava o lugar, pois vinham passageiros de toda a região, principalmente de Bom Jesus do Itabapoana para embarcar à noite para o Rio de Janeiro. Santo Eduardo era bem animado por conta desse movimento. Um tempo que deixou muitas lembranças”, revelou Fábio.
Resgatar a história do distrito é uma das preocupações dos moradores, que no ano passado conheceram um pouco dos tempos que o trem teve uma grande importância para a comunidade. Na festa do padroeiro foi apresentado em desfile parte desse legado, que traduz um pedaço da história construída ao longo dos tempos. 
A Igreja de Santo Eduardo, inaugurada em 1937, tem nas festas apresentado contextos de história e da memória do distrito. A devoção ao santo já é tradição e a festa reúne moradores e visitantes. Neste tempo são realizadas atividades culturais que ajudam a construção do processo de cidadania e integração religiosa e social. “Todos os anos a festa do nosso padroeiro Santo Eduardo dedica um momento a resgatar o legado e a contribuição de nossos antepassados que ajudaram a construir nossa história. E a estação ferroviária é um lugar de muitos acontecimentos que marcaram nossa memória, recordando com saudades tantos momentos, tanto alegres como tristes”, recordou a comerciante Rita Tostes Motta.

O Diário

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