Foto/Thiago Coutinho
Para realizar o sonho de ser mãe, mulheres que moram no Espírito Santo estão importando sêmen dos Estados Unidos para fazer inseminação artificial.
De acordo com médicos e especialistas no assunto, tem aumentado o número de mulheres, principalmente solteiras, que estão preferindo sêmen de doadores estrangeiros.
Segundo o biólogo e diretor do laboratório da Unifert, Irineu Degasperi, a procura por doadores estrangeiros aumentou principalmente por conta da opção ser recente e as pacientes começarem a ter acesso a ela.
“Tem crescido a procura, principalmente, porque a opção é nova. Antes de 2010, a brasileira não tinha a opção ou era muito complicado escolher sêmen de doadores estrangeiros. Além disso, o banco de sêmen internacional dá mais opções para conhecer o doador do que o banco nacional”, explicou.
Enquanto no banco internacional as mulheres podem ver até fotos da infância dos doadores — apesar de permanecerem anônimos —, no Brasil só é possível saber as características físicas e básicas do doador.
O médico de reprodução humana, Jules White, explicou que uma parceria de um dos maiores bancos de sêmen do Brasil com um dos maiores bancos do Estados Unidos facilitou mais essa importação para o País. “Isso aumenta a oportunidade para brasileiras comprarem de doadores americanos, italianos, alemães, espanhóis e do mundo todo”, frisou.
O perfil de doador mais escolhido é o homem branco de olhos azuis. Já o perfil das pacientes é, em sua maioria, solteira com mais de 35 anos. Mas também há muito casais homossexuais.
Segundo o médico, a importação do sêmen leva cerca de três meses até que o tratamento seja concluído. No entanto, quando o doador é brasileiro, o tratamento pode ser feito em até 30 dias.
O custo também é diferente. A compra de doadores internacionais custa cerca de R$ 5.300, isso sem o tratamento de inseminação, que pode variar. Já o sêmen do doador brasileiro é em torno de R$ 3.500.
Outro fator que tem contribuído para a escolha de doadores estrangeiros é a melhor possibilidade de casamentos co-sanguíneos. É o que explicou a ginecologista e doutora em reprodução humana da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Layza Merizio Borges:
“Fazendo a inseminação de doadores estrangeiros, a possibilidade de duas crianças geradas pelo mesmo doador é bem menor”.
Tribuna Online
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