Páginas

segunda-feira, 4 de março de 2019

AMIGO DE PICCIANI, MAX LEMOS DIZ QUE MDB ‘PRECISA SER REPENSADO’ E DEVE DEIXAR PARTIDO

O deputado estadual Max Lemos, do MDB
Um dos mais fieis aliados do ex-presidente da Alerj Jorge Picciani, preso na Lava Jato, o deputado Max Lemos, padrinho de seu casamento, deve deixar o MDB em breve. O parlamentar tenta descolar a imagem do partido envolvido em corrupção e do amigo. Ele quer ser candidato a prefeito de Nova Iguaçu, em 2020. Já está com um dos pés no PDT.
Apesar da estratégia, Max evita criticar Picciani e ainda o chama de "presidente". No entanto, o ex-prefeito de Queimados não poupa o partido ao qual se filiou há 24 anos. "Precisa ser repensado", disse à Coluna.
O DIA: Deixará o MDB?
MAX LEMOS: Ainda não decidi. Mas o MDB precisa ser repensado. Não apenas no Rio. No Brasil. O partido é maior do que as pessoas. Consolidou a democracia brasileira. Capitaneado pelo Ulysses Guimarães, foi fundamental para o momento que vivemos hoje. Se não for repensado e realinhado, os grandes quadros terão dificuldade de continuar.
Negocia com outra legenda?
Visitei meu velho amigo Carlos Lupi (presidente nacional do PDT). Não é segredo para ninguém a minha origem. Foi no PDT que comecei. Tenho um irmão que se chama Leonel (em homenagem ao ex-governador Leonel Brizola). Temos um amor grande pelo PDT. Fiquei feliz com a recepção.
O MDB foi o principal partido atingido pela Lava Jato. A cúpula no Rio está presa. Imaginava esta situação?
Não esperava. Não tinha conhecimento das coisas que foram apresentadas (casos de corrupção). E lamento o momento em que vivem os políticos do MDB.
O que achou do último depoimento do Sérgio Cabral?
Espero que esteja falando a verdade. Só lamento por ele não ter feito antes.
Por quê?
Teve oportunidade de fazer. Por que não fez há mais tempo? Se houve as denúncias e ele tem a oportunidade de se defender, espero que prove.
Como está sua relação com o Picciani?
A relação minha com o presidente Picciani é de duas formas. Uma é a política. Ele e os filhos (Leonardo, ex-deputado federal e ex-ministro do Esporte, e Rafael, ex-deputado estadual) sempre cumpriram os compromissos com Queimados, onde sempre tiveram boa votação. A convivência política acabou construindo uma amizade. O Picciani cumpriu o papel como deputado. Queimados mudou com investimentos por meio dos mandatos dele e dos filhos.
Você acredita nele?
Tenho dificuldade de dizer se é culpado ou inocente sem conhecer os detalhes. O presidente Picciani tem a história dele e eu a minha. Ele tem o DNA dele. Tenho o meu.
Será candidato a prefeito de Nova Iguaçu?
O Poder Executivo me anima. Fui prefeito duas vezes. Tenho vontade de ser candidato em 2020.
Pelo PDT?
Seria um privilégio.

Por Cassio Bruno/Informe O Dia. Foto/Rafael Wallace

Nenhum comentário:

Postar um comentário