Se nas grandes cidades podem passar despercebidos, nas pequenas, são imprescindíveis na hora de se compor uma chapa vencedora. O vice é a sombra agradável durante a campanha e a desagradável depois, quando dá na telha de começar a articular para tomar o poder, seja por meios lícitos ou ilícitos. Há quem veja nele uma figura desnecessária, mas quem tomaria o lugar do titular em qualquer caso de impedimento deste? Um time de futebol precisa do banco de reservas. Os poderes públicos também.
Por isso, seu peso é equivalente ao do principal e não raramente, acaba sendo o Homem da Cadeira no longo do mandato. Durante os comícios e reuniões, já é possível, mesmo para quem não conhece bem o candidato à espera da vaga, saber como é o temperamento e a predisposição para ser o candidato a vice, um incômodo.
Em caso de brilhar ou querer brilhar mais do que o prefeitável. Ao demorar no discurso, ao tomar para si responsabilidades, atacar os adversários e projetar ideias muito pessoais, pode-se ter certeza de que a cisão virá em pouco tempo. Bons vices não atrapalham.
Ouvem mais do que falam, esperam sem esperar, não fazem da ansiedade uma marca quente no lombo do prefeito eleito. Alguns se afastam naturalmente, outros participam como secretários ou apenas frequentam eventos quando solicitados, no entanto, não podem entrar simplesmente para compor, precisam ter estofo, experiência e capacidades.
Devem ter condições de assumirem o cargo seja por um mês ou por todo o tempo necessário. Não podem ser vistos como seres facilmente manipulados, embora, a proximidade ideológica seja uma garantia, nada pior do que um vice tratado como um fantoche.
Aliás, seja prefeito, vice ou vereador, quando cai sobre ele a pecha de boneco, poste eleito ou qualquer adjetivo que induza à falta de personalidade, dificilmente se livra, carregando pelo resto da vida o carimbo de manipulado por mãos nem tão invisíveis assim no teatro das marionetes.
A hora de escolher quem vai reger os destinos da sua cidade se aproxima em alta velocidade. Analise não só com atenção redobrada o prefeitável, mas fique de olho no vice. E nos seus prováveis indicados aos cargos de confiança. A decisão está em seus dedos. Aperte o certo sem medo. Para não reclamar depois que a bola estiver no fundo das redes eleitorais e ter que esperar mais 4 anos para ver a sua cidade campeã como ela realmente merece ser.
Blog do Nino Bellieny
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