Foto: Divulgação
Os professores da rede estadual de educação decidiram nesta quarta-feira (29) em assembleia continuar com a paralisação iniciada no dia 2 de março e que na semana que vem completa dois meses. A categoria esteve reunida na quadra da Escola de Samba São Clemente, na Cidade Nova, com a presença de quase dois mil profissionais de educação, que, por unanimidade, decidiram prosseguir com a greve.
De lá, a categoria seguiu em passeata para a sede do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), no centro, para protestar contra o corte do ponto dos profissionais de educação autorizado pela Justiça.
Em frente ao tribunal, houve enfrentamento entre professores e alunos da rede pública de educação com os policiais do 5º Batalhão da Polícia Militar, responsável pelo policiamento na região central da cidade, e com militares do Batalhão de Policiamento de Grandes Eventos, designados para acompanhar a movimentação dos professores.
De acordo com a diretora do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), Dorotéa Santana Frota, houve enfrentamento e os militares jogaram gás de pimenta para dispersar a multidão. A diretora do Sepe informou que cerca de 30 professores e estudantes acabaram atingidos sem gravidade por golpes de cassetete e tiveram de ser levados para o Hospital Municipal Souza Aguiar, onde foram medicadas.
Após o incidente, os profissionais de educação rumaram para a Assembleia Legislativa (Alerj), onde um grupo conseguiu ser recebido pelo líder do governo, deputado Edson Albertassi, a pedido do governador em exercício Francisco Dornelles, para abrir um canal de negociação com os professores.
Ficou marcada para amanhã (30), às 16h, na Alerj, reunião entre representantes do Sepe e o governo, representado pelo secretário de Educação, Wagner Victer, e o líder do governo. No encontro, serão discutidas as reivindicações da categoria, com ênfase na pauta pedagógica, para tentar um consenso para o término da greve.
Corte do ponto
No dia 14, a Justiça decidiu revogar a liminar que impedia o corte do ponto dos professores grevistas no Rio de Janeiro. A decisão foi tomada um dia após o TJRJ considerar a greve abusiva.
De acordo com o tribunal, a suspensão da liminar foi determinada pelo desembargador Milton Fernandes de Souza. O magistrado argumentou que o sindicato não cumpriu a ordem de manter 70% do total dos servidores em cada escola e, por isso, o governo pode cortar o ponto dos professores em greve.
Na segunda-feira (13), o presidente do TJRJ, desembargador Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho, declarou a greve abusiva e decidiu dobrar a multa ao sindicato caso não seja garantido o mínimo de 70% dos professores nas escolas.
Campos 24 Horas
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