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terça-feira, 28 de junho de 2016

FALTA DE CHUVA FAZ PRODUÇÃO DE LEITE SUBIR NO ESPÍRITO SANTO


Karla Lievori conta que o custo da produção do litro de leite subiu muito.Foto:Raquel Lopes

A falta de chuva vem deixando rastro de destruição na paisagem e na vida de pessoas e animais no Espírito Santo. Com os pastos secos, produtores de leite viram a oferta do produto minguar, enquanto cresce o gasto com a alimentação do rebanho.
A agropecuarista da Agroindústria Reserva dos Imigrantes, Karla Lievori, que depende do leite para a fabricação de queijos, viu a produção despencar. Na propriedade em Colatina, Noroeste do Estado, a produção de leite diminuiu 60%, de 100 mil litros, ela passou a ter uma produção na propriedade de 40 mil litros por mês. O problema é que, além da queda na produção, aumentaram as despesas. Com o pasto seco, ela precisou comprar alimento para dar ao gado leiteiro.
“Sem pastagem e dependendo de silagem e ração, o produtor desiste. Desse jeito, o custo de produção do litro de leite fica muito maior e, ao repassar esse valor para o produto final, o queijo fica menos competitivo”, comenta.
A redução da produção leiteira afeta também as cooperativas, que recebem leite de pecuaristas capixabas.
Segundo o diretor presidente da cooperativa Selita, Rubens Moreira, houve uma diminuição no fornecimento de 40% em relação ao ano passado. “Nesse período do ano passado, os produtores capixabas forneciam cerca de 250 mil litros por dia, mas agora fornecem 180 mil litros”, compara.
Para suprir a necessidade, a empresa trabalha com produtores do Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Ele afirma que sempre comprou leite de outros Estados, mas que a queda na produção também vem diminuindo a oferta nesses lugares. “A empresa trabalhava com 360 mil litros de leite por dia e agora está com 210 mil litros”, afirma.
O Espírito Santo possui uma boa produção leiteira. Em 2015, a marca foi de 450 milhões de litros, o que gerou R$378 milhões. Apesar da quantidade, segundo o gerente de Produção Animal, Aquicultura e Pesca da Seag, Anderson Baptista, o Estado ainda não é autossuficiente, comprando de outros Estados parte do que é consumido.
Por causa disso, ele acredita que o valor do leite no Estado sofre pouca interferência local. “O leite, por ser uma commoditie, sofre pouca pressão local por aumento dos preços. Porém, há uma diminuição da produção generalizada e os preços para este ano estão com tendência de alta em comparação a 2015”, disse. 

A Gazeta

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