Dificuldade-Luiz Passoni reclama da falta de diálogo-Foto: Isaias Fernandes
Uma semana depois da reitoria da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), em Campos, ter convocado a imprensa para anunciar mais um capítulo da história da instituição, o reitor Luiz Passoni, voltou a questionar nesta sexta-feira (28), a falta de diálogo com o Governo do Estado, haja vista a paralisação de funcionários terceirizados. Segundo ele, são 11 meses de pagamentos atrasados com as empresas terceirizadas, uma dívida avaliada em R$ 14 milhões. Diante do impasse, os estudantes correm risco de ter o primeiro semestre encerrado com apenas 75% das aulas.
Passoni ressaltou as dificuldades de negociação a partir do contato feito com a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI), na última sexta-feira (21). “A coisa não está andando. Desde julho estamos na expectativa de receber recursos do estado e até agora nada. Estamos, inclusive, discutindo o orçamento de 2017, sem ter recebido um centavo para a manutenção da instituição em 2016”, afirmou.
Segundo ele, em julho houve um acordo com a SECTI e com a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) de que seriam liberados, emergencialmente, R$ 3 milhões para amenizar a dívida e mais R$ 1,8 milhão por mês até o final do ano.
Mas, sem ver a cor do dinheiro, o reitor disse que ações vêm sendo pondo em prática para suprir os desfalques deixados pelo governo do estado, entre elas, a compra de material de limpeza por parte do corpo docente e a parceria com a Polícia Militar (PM) e a Guarda Civil Municipal (GCM). “O pessoal da segurança, que está há seis meses sem receber salários, abandonou completamente o posto. Na limpeza, apesar dos funcionários estarem trabalhando, estamos cobrindo a compra de material. Na portaria, o expediente está sendo encerrado mais cedo e estamos nos organizando para suprir a falta durante a noite”, acrescentou.
Disciplinas condensadas
Durante a coletiva de imprensa, Passoni não descartou a possibilidade de antecipação do encerramento do primeiro semestre, com 75% das aulas, o que é permitido por lei.
A estudante Clívia da Conceição Mar, de 26 anos, acabou de concluir os estudos na área de produção vegetal, em agosto, e acredita ser uma medida necessária. “O que se pretende é condensar as disciplinas diante da falta de recursos. É claro que é prejudicial ao aluno, mas não terminar o período é bem pior”, finalizou.
O Diário
Nenhum comentário:
Postar um comentário