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quinta-feira, 16 de agosto de 2018

CRIANÇA ESPANCADA PELO PAI DURANTE QUATRO DIAS MORRE EM GUAÇUÍ

Um menino de cinco anos morreu após passar quatro dias sendo agredido pelo próprio pai, em Dores do Rio Preto. O caso foi registrado na tarde de ontem (15), e gerou perplexidade entre os moradores do município e da cidade vizinha de Guaçuí, para onde o menino Artur Moura Silva foi socorrido.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Carlos Vitor, da Regional de Alegre, o pai, Adeildo Souza da Silva, 26 anos, confessou que vinha agredindo a criança desde o último domingo (12). “Ele alegou que sofre de depressão e não explicou o motivo da violência, apenas que toma remédio controlado”, disse o delegado.
Em uma tentativa de “curar” a criança, os pais a levaram até um Centro Espírita em Mundo Novo, localidade de Dores, na manhã de ontem. Lá, ao perceberem a gravidade da situação, uma pessoa do local acionou uma ambulância e a criança foi levada ao Pronto Socorro, de onde foi transferida para a Santa Casa de Guaçuí.
O menino deu entrada por volta das 15h, levado pela mãe Luane Silva, 28 anos. Debilitado, ele apresentava diversas lesões pelo corpo. A mãe, não teria conseguido explicar à equipe médica a origem dos ferimentos do filho, dizendo que ele vinha reclamando de dores pelo corpo.
De acordo com informação de uma funcionária do hospital que participou do atendimento à criança, Artur foi internado com sinais de febre e princípio de convulsão e apresentava hematomas nas costas e marcas de mordida. “Achamos que já estava morta na primeira impressão devido aos machucados”, disse a testemunha, que pediu para não ser identificada.
Segundo ela, enquanto Artur era examinado a mãe teria contado à equipe médica que é Espírita e, por questões religiosas, levou o filho a um “Centro”, em Dores, antes de procurar o hospital. “Ela disse que recebeu a ‘mensagem de seu bisavô’ (já morto), determinando que ela teria que praticar essas agressões no menino, uma espécie de chamado”, contou a testemunha.
As 19 horas foi confirmada a morte da criança. A Polícia Militar foi acionada e levou a mãe e o pai do menino, junto com o responsável pelo Centro Espírita, para prestarem esclarecimentos na delegacia de plantão em Alegre.
Pai matou
Em depoimento ao delegado, a mãe confessou que sabia que o pai estava agredindo o filho, mas não interviu porque teria sido ameaçada de morte. Ela contou ainda que ao perceberem que a criança estava trêmula e sem responder aos chamados da família, resolveram levá-la até o Centro para ser “rezada”. O estado de saúde da criança, no entanto, era devido às constantes agressões que vinha sofrendo há quatro dias pelo pai. O casal também tem uma filha adotiva de sete anos.
O pai confessou as agressões ao delegado e disse que tem problemas psicológicos. Ele foi preso em flagrante e será encaminhado para o Centro de Detenção Provisória de Cachoeiro. A mãe foi ouvida e vai responder em liberdade, informou o delegado Carlos Vitor.
O corpo de Artur foi encaminhado ao Serviço Médico Legal de Cachoeiro. Ainda não há informações sobre o velório e sepultamento.

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