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sexta-feira, 5 de outubro de 2018

CÂNCER DE MAMA: PREVENÇÃO MAIS CEDO NO BRASIL

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Imagem/Ilustrativa/CON
O câncer de mama atinge mulheres mais jovens no Brasil, em comparação com países desenvolvidos. "Em geral, os tumores aparecem conforme as pessoas vão envelhecendo. Mas, a população brasileira é diferente da americana e europeia. A média nos EUA é a mulher com 62 anos ter câncer de mama. Aqui é uma faixa etária mais nova: 54, 55 anos. Sendo que em alguns lugares do país, 45% é abaixo dos 50 anos", alerta a vice-presidente da Regional do Rio, da Sociedade Brasileira de Mastologia, Sandra Gióia, afirmando que isso "é um custo social altíssimo, já que as brasileiras nessa faixa etária não costumam fazer mamografia".
A SBM defende que os exames sejam feitos, anualmente, a partir dos 40 anos. Já o governo, orienta que sejam feitos a partir dos 50 anos, a cada dois anos. Porém, alguns oncologistas recomendam que mulheres com histórico de câncer na família, devem começar aos 25 anos. Foi justamente com essa idade, que a secretária executiva Linda Rojas detectou a doença. "Há cinco anos, quando descobri o câncer, isso não era muito comunicado ao jovem. Somente as senhoras faziam o auto exame. Eu fiz de curiosidade", lembra Linda, que não tinha casos na família, mas acabou fazendo a dupla mastectomia.
"Se o diagnóstico for no início não precisa tirar a mama. Às vezes, se precisar, tem reconstrução imediata. Não vai ficar sem a mama. Pode ser que evite até a quimioterapia", garante a mastologista Sandra Gióia. Segundo ela, as pessoas tem que perder o medo e alguns estigmas sobre a doença. "Câncer não é a morte. Tem muitas mulheres que vivem 10, 20 anos após a descoberta do câncer". Para a vice-presidente da SBM, a sociedade brasileira ainda tem que trabalhar muito com educação, que é a base de tudo. "A taxa de cobertura mamográfica é muito baixa, principalmente nas mulheres, cuja maioria, 75% a 80% usa o SUS". Para ela, o problema não é a falta de mamógrafos. "A gente pode ter problemas de estarem concentrados nas grandes cidades, mas eles estão sendo subutilizados. No Rio, por exemplo no Rio Imagem, são oferecidos quatro mil mamografias/mês. Em outubro, provavelmente, vai ter uma superconcentração, deve até ultrapassar esse número. Mas depois que chega janeiro, fevereiro, o salão fica vazio", afirma.
Para a presidente da Fundação Laço Rosa, Marcelle Medeiros, a sociedade tem sua parcela de culpa. "Eu não digo nem só as mulheres. Afinal, a doença também acomete homens. Mas existe uma parcela de negligência, porque tem medo, ou não sabia", explica. Segundo ela, as ações do Outubro Rosa são muito importantes porque jogam o holofote na causa, não só na questão das políticas públicas, mas em termo de consciência social. "No câncer de mama, a gente briga pelo acesso. Enquanto o paciente não tiver o acesso rápido, a doença vai chegar e as pessoas vão morrer. Por que nos países desenvolvidos os índices são tão mais baixos? Porque eles detectam cedo. É um tipo de câncer com 95% de chance de cura! Se você pega no início é uma doença tratável, se pega mais à frente fica mais complicado".
Cabeças, lenços e turbantes
A Caixa de Assistência dos Advogados do Rio de Janeiro (CAARJ) vai realizar diversas ações no Rio durante o mês de outubro. Em parceria com a Associação Brasileira de Apoio aos Pacientes de Câncer (ABRAPAC), a CAARJ realizará palestras e percorrerá as subseções da OAB-RJ distribuindo folhetos informativos acerca do câncer de mama e receberá em sua sede, no Centro do Rio, mechas de cabelo, lenços, turbantes em bom estado e perucas, que serão doados para a ABRAPAC.
No dia 15 de outubro, a instituição promoverá o "Dia T", de tesoura, em que doadores das mechas ganharão um corte de cabelo. A iniciativa da CAARJ pretende alertar a advocacia quanto à importância da prevenção e detecção precoce da doença.

O Dia

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