Ananias Amancio, 35 anos, foi preso nesta quarta-feira (10), pela Polícia Civil, em Castelo, suspeito de envenenar o próprio filho, de 7 anos, no dia 24 do mês passado. Para tirar as atenções dele, o pai do garoto sustentava a suspeita de que a vitamina Selitinho, da Cooperativa Selita, estava contaminada com substância corrosiva.
De acordo com o delegado Marcelo Meurer, após um intenso serviço de investigação, a Polícia Civil de Castelo apurou que o pai da criança teria envenenado seu próprio filho, na esperança de que o relacionamento amoroso com sua esposa fosse reatado.
“Inicialmente, o pai da criança negou ter qualquer participação no envenenamento. Entretanto, como a investigação apontava para o envenenamento, a Polícia Civil representou pela expedição de prisão temporária, tendo a medida sido deferida pelo juízo de Castelo, após parecer favorável do ministério público”, contou o delegado.
Ananias só não foi preso antes porque a legislação eleitoral impede prisões que não sejam em flagrante cinco dias antes das eleições e 48 horas depois.
Nesta quarta-feira, os policiais civis deram cumprimento ao mandado de prisão temporária contra o pai da criança. Inicialmente, ele tentou fugir, mas foi capturado pelos policiais.
Na delegacia, ao ser interrogado, Ananias confessou que envenenou o próprio filho na esperança de reatar o relacionamento. “O pai da criança foi frio em seu depoimento e ele estava separado de sua esposa”, explicou o delegado que informou que o laudo da análise do produto ainda não ficou pronto.
O detido ficará preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Cachoeiro de Itapemirim, à disposição da Justiça.
O delegado enalteceu o trabalho investigativo realizado pelos policiais civis da cidade.
O caso
O caso teve grande repercussão na imprensa de todo o Espírito Santo e mobilizou a Vigilância Sanitária de Cachoeiro de Itapemirim e de Castelo, além da Polícia Civil.
Em Castelo o lote dos produtos Selitinho chegou a ser retirado das prateleiras dos estabelecimentos comerciais para análise, após o garoto ter sido hospitalizado em estado grave.
A criança, que passou por quatro hospitais, em Castelo, Cachoeiro e Vitória, segue internado no Hospital Infantil de Cachoeiro e está na enfermaria se recuperando.
Ananias sempre sustentou que o produto consumido por seu filho estava contaminado. Ele chegou a reclamar de falta de assistência por parte da cooperativa e ameaçou processar a empresa que fez análise no lote e não encontrou qualquer tipo de anormalidade.
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