Não será desta vez que o Flamengo voltará a ter um presidente campista. Cotado a ser candidato no pleito rubro-negro, em dezembro, o advogado e procurador do estado do Rio de Janeiro Flávio Willeman decidiu apoiar o atual presidente do Conselho de Administração do clube, Luiz Eduardo Baptista (BAP). A informação foi dada em entrevista ao jornalista Venê Casagrande, divulgada nesta segunda-feira (5).
— Ser cotado por sócios, pela imprensa e por grandes rubro-negros para concorrer à presidência do Flamengo é motivo de muito orgulho, porque expressa a confiança no trabalho que realizei nos últimos 15 anos pelo clube — disse na entrevista Flávio Willeman, que foi vice-presidente jurídico do Fla de 2013 a 2018, durante a gestão de Eduardo Bandeira de Mello, e no final do ano passado foi eleito benemérito do clube.
— O Flamengo precisa se unir e reunir pessoas competentes em torno de um projeto sério de profissionalização total de suas estruturas. A vaidade pessoal de um dia ter a honra de presidir o Flamengo poderia me conduzir à disputa, mas é preciso pensar, primeiro, no Flamengo. Os interesses do clube e a necessidade de união de pessoas sérias, vocacionadas e comprometidas com um grande projeto é o que importa neste momento — complementou Flávio Willeman.
Na mesma entrevista, o campista apresentou os motivos que lhe levaram a apoiar a candidatura de BAP, um dos três nomes de oposição ao atual vice-presidente geral, Rodrigo Dunshee, este apoiado pelo presidente, Rodolfo Landim.
— O Flamengo terá desafios gigantescos no próximo triênio, incluindo a manutenção da excelência desportiva no futebol, nos esportes olímpicos (inclusive no remo), melhorias da infraestrutura da Gávea, do CT e, agora, o projeto do estádio próprio, de forma concomitante com a operação do Maracanã. O clube, neste momento, precisará ser gerido por alguém com experiência no mundo dos negócios — enumerou Willeman.
— Para além disso, será necessário seguirmos com a austeridade financeira que nos custou tanto conseguir, certamente com o encontro de soluções para o aumento de receitas, evitando-se o endividamento, fato que muito nos prejudicou no passado. O Flamengo não é uma empresa e nem deve se tornar uma SAF. Mas, diante de sua grandeza, dos desafios e da necessidade de competir em igualdade de condições com os demais gigantes europeus (para que sejamos novamente campeões mundiais), o Flamengo precisa ser gerido com total profissionalismo. Digo mais: o Flamengo precisa modernizar seu estatuto, precisa de transparência, 'compliance', inclusão social, reestruturar o programa de sócio torcedor, respeito à autonomia das instâncias de poder do clube, e, sobretudo, manter-se de forma impessoal e respeitosa na relação com sócios, sem fomentar perseguições políticas. Desta forma, tal qual outros amigos e grandes rubro-negros que participaram comigo da gestão de 2013 a 2018, decidi apoiar o BAP nas próximas eleições para o Flamengo, por ter recebido dele o compromisso de cumprir os projetos que anteriormente mencionei — finalizou o campista.
Conterrâneo de Willeman, o médico Gilberto Cardoso foi o único campista a administrar o Flamengo, de 1951 a 1955, sendo considerado por muitos o maior presidente da história rubro-negra. Herdeiro deste, Gilberto Cardoso Filho também presidiu o clube, de 1989 a 1990 e em 2002, mas era carioca.
Folha 1
Nenhum comentário:
Postar um comentário