DIA DO COMERCIÁRIO: QUANDO O RECONHECIMENTO SE INVERTE

Ontem, 20 de outubro, foi celebrado o Dia do Comerciário — data dedicada àqueles que, com esforço diário, mantêm o comércio vivo, movimentam a economia e fazem girar o cotidiano das cidades. São homens e mulheres que acordam cedo, enfrentam longas jornadas, atendem com sorriso mesmo diante do cansaço e, muitas vezes, trabalham aos domingos e feriados para garantir o sustento de suas famílias.

Mas, em mais um exemplo da distorção de valores que infelizmente se repete ano após ano, vimos alguns preferirem exaltar o empresário e o empregador justamente no dia que deveria ser voltado aos trabalhadores. É claro que o empreendedorismo tem seu valor, mas o dia não é do comércio, é do comerciário — aquele que está atrás do balcão, no caixa, no estoque, nas entregas, na ponta do sistema.

Ignorar o significado dessa data é também negar o reconhecimento à classe trabalhadora, que muitas vezes enfrenta salários baixos, metas abusivas e a insegurança da informalidade. É fechar os olhos para a realidade de quem sustenta o brilho das vitrines, mas raramente é lembrado fora delas.

Enquanto houver quem tente transformar o Dia do Comerciário em mais uma homenagem ao patrão, será necessário reafirmar: não há comércio sem trabalhador. O sucesso de uma loja, de um mercado ou de qualquer negócio não nasce apenas da visão do empresário, mas do suor e da dedicação de cada funcionário que faz tudo acontecer.

Valorizar o trabalhador não é discurso ideológico, é questão de justiça e respeito. Que o próximo 20 de outubro sirva não para bajular quem lucra, mas para agradecer quem trabalha.

Blog Redação News BJI