Durante a operação Apocalipse II deflagrada na manhã de quinta-feira (27/08), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e a 141ª Delegacia Legal cumpriram 22 dos 25 mandados de prisões preventivas contra pessoas acusadas de ligação com o tráfico de drogas no município de São Fidélis. Os mandados foram expedidos pelo juízo da 1ª Vara Criminal da Comarca do município. Outras quatro pessoas foram presas em flagrante com armas de fogo e drogas. Um dos integrantes da quadrilha, que já tinha um mandado de prisão expedido anteriormente, também foi detido. Foram cumpridos 70 mandados de busca em residências, estabelecimentos comerciais e em celas de alguns denunciados que já se encontram presos.
O Ministério Público denunciou à Justiça 71 pessoas, integrantes de quatro grupos distintos, pela prática de crimes que variam entre tráfico de drogas, associação para o tráfico, corrupção de menores e lavagem de dinheiro. Constam na denúncia líderes dos grupos que comandam o comércio ilegal de dentro do presídio Carlos Tinoco da Fonseca, em Campos.
De acordo com o documento apresentado à Justiça, entre os denunciados estão Igor Bicudo, Antonio Marcos (AM) e Tiago Mendonça (Bigoel), que, mesmo presos, controlavam seus grupos criminosos de dentro da cadeia. Outro líder é Leonardo Pinto da Silva (Léo Gordo). Do grupo de Bicudo, também foi denunciado Douglas Vinicius Amorim (Dogão), que esteve envolvido na tentativa de homicídio do ex-secretário de Estado de Segurança, Josias Quintal. Léo Gordo e Dogão foram presos na manhã desta quinta-feira.
Os quatro grupos criminosos tinham um modus operandi peculiar, uma vez que recebiam as drogas e procuravam enterrar os produtos, dificultando apreensões policiais. As drogas eram então embaladas em pequenas porções, pesadas em balanças de precisão e distribuídas entre vários integrantes responsáveis pela venda no varejo, inclusive mulheres e adolescentes, usados para o transporte dos entorpecentes a fim de evitar abordagem policial. As quadrilhas negociavam drogas em bares, em locais próximos ao Fórum de São Fidélis, na Estação Rodoviária da cidade, assim como nas proximidades do Ginásio Poliesportivo, onde há maior concentração de consumidores.
Ainda segundo a denúncia, a investigação contou com interceptações telefônicas, autorizadas pela Justiça, além de provas documentais e orais, que demonstram a forma de operação dos grupos criminosos. Parte da droga (cocaína, maconha e crack) era obtida nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo e no município de Campos, para ser revendida em São Fidélis.
Assinam a denúncia, o promotor de Justiça do GAECO Cláudio Calo e o coordenador do GAECO, Cláucio Cardoso da Conceição. As denúncias foram baseadas em quatro inquéritos policiais, presididos pelo delegado titular da 141ª Delegacia Legal, Rodrigo Maia.
De acordo com a polícia Bigoel irá responder pelos crimes de tráfico de dorgas e associação para o tráfico, além corrupção de menores e lavagem de dinheiro. Já os demais presos responderão tráfico de dorgas e associação para o tráfico.
Em fevereiro de 2013, mais de 20 pessoas foram presas na operação de mesmo nome, no município de São Fidélis. Nessa ação, que também teve o objetivo de desarticular o tráfico de drogas, principalmente na comunidade da Chatuba, no Bairro Usina, no conjunto habitacional popular e em alguns pontos do Centro, policiais civis de várias delegacias do Estado foram envolvidos na operação.
Na operação desta quinta-feira foram empregados 150 policiais e 60 viaturas. Três suspeitos continuam foragidos.
Ururau
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