Prestes a completar 100 anos de existência, o Estrela do Norte poderá fechar as portas do clube em 2016 caso não consiga quitar R$ 1.640.673,20 (Um milhão, seiscentos e quarenta mil, seiscentos e setenta e três reais e vinte centavos). Na tentativa de evitar falsas notícias e comentários, o presidente Adilson Conti disse que o momento é delicado, mas que as providências necessárias para impedir que o pior aconteça já estão sendo tomadas, mas talvez não sejam suficientes.
Há 40 anos participando de competições profissionais, o alvinegro cachoeirense acumula vitórias com títulos dentro e fora do campo. “A nossa batalha fora de campo é com os tribunais, que não perdoam e quase sempre quem perde é o clube, que acumula uma dívida de mais de R$ 1,5 milhões. Deste total, R$ 700 mil foram dívidas contraídas no período em que o clube foi terceirizado para um empresário, que nos deixou com essa herança maldita, além de outros R$ 600 mil na Receita Federal, INSS e Caixa Econômica Federal. Temos que esclarecer que estas dívidas foram adquiridas durante os 40 anos de profissionalismo, e muitas delas por má gestão e outras por falta de recursos que foram prometidos e não cumpridos”, explica o presidente.
A diretoria do clube contratou o advogado Jefferson Pereira Barbosa, que tem trabalhado para resolver as questões trabalhistas. “Já recorremos em 2ª Instância junto ao presidente do TRT/ES, e solicitamos a unificação dos processos em apenas uma Vara do Trabalho, e que seja feita uma audiência de conciliação, pois o clube possui mais de R$ 400 mil bloqueados judicialmente e depositado em conta do juizado”, afirma Adilson.
E ainda fora de campo, o Estrela do Norte tem mais um obstáculo. Para se enquadrar na Lei PROFUT do Governo Federal, de nº 13.155, de 4 de agosto de 2015, e participar de qualquer competição promovida pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e Federações afiliadas, o clube é obrigado a possuir Certidões Negativas na Receita Federal, INSS e Caixa Econômica Federal. “Não sou contra a Lei, pelo contrário, acredito que ela pode fazer bem ao futebol. Mas, igualar todos os clubes Brasileiros das várias divisões é uma covardia. O valor mínimo para pagamento do parcelamento é de R$ 3 mil. No caso do Estrela, seriam R$ 6 mil mensais, e se deixar de pagar em três meses a dívida volta e o parcelamento é cancelado, com isso, o clube pode ser punido com o rebaixamento de série”, continua.
O presidente contratou o contador Felipe Ribeiro Macedo, que está trabalhando para parcelar as dívidas e conseguir a liberação das certidões para viabilizar a participação do clube no Campeonato Capixaba de 2016. “O primeiro passo já foi dado. Fizemos o certificado digital e levantamos os débitos junto à Receita Federal, a Procuradoria Nacional da Fazenda e os débitos do FGTS. Agora vamos juntar os documentos, que incluem as demonstrações contábeis e financeiras, para protocolar na Receita e pedir para a consolidação dos débitos”, explica o contador.
Em busca de apoio
Tentando encontrar uma solução, o presidente Adilson Conti tem realizado visitas a empresas da cidade. “A resposta é sempre a mesma: ‘vamos analisar’. Fomos recebidos pelo empresário Camilo Cola, nos reunimos com os deputados estaduais Theodorico Ferraço, Marcos Mansur, Rodrigo Coelho e Hércules Silveira, e fomos ao prefeito Carlos Casteglione. Precisamos levantar recursos para viabilizar a formação de um time forte com condições de brigar pelo título estadual no ano do centenário”, ressalta.
“Digo aos torcedores estrelenses que não se surpreendam se o clube ficar fora da disputa do Campeonato Capixaba de 2016, pois essa é a realidade do nosso querido clube. Ser campeão Capixaba de 2014 não mudou em nada o quadro financeiro e tão pouco despertou nos empresários a vontade de firmar parcerias com o clube. Estou à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas e explicar, para que depois façam um julgamento justo da situação e das pessoas envolvidas”, completa Adilson.
Atenas Notícias
Nenhum comentário:
Postar um comentário