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domingo, 15 de maio de 2016

PÍLULA DO CÂNCER: “FÉ MOVE MONTANHAS”

m14
Ministro da Saúde-Ricardo barros (PP-PR) Divulgação
Em meio à polêmica sobre os impactos da liberação da fosfoetanolamina – conhecida como pílula do câncer – sem a realização de testes clínicos, o novo ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP-PR), disse nesta sexta-feira (13) que, ainda que a substância não tenha efetividade comprovada, “a fé move montanhas”.
“Pessoalmente, acho que na pior das hipóteses é efeito placebo. Dentro dessa visão, se ela não tem efetividade, mas se as pessoas acreditam que tem, a fé move montanhas”, afirmou.
A frase, dita em coletiva de imprensa, gerou burburinho entre jornalistas e funcionários que acompanhavam uma apresentação das ações que o novo ministro deve priorizar dentro da pasta.
Segundo Barros, a pasta deve negociar com o Congresso as próximas medidas a serem adotadas após a aprovação de lei que libera o uso, a produção e a comercialização da fosfoetanolamina.
Antes da troca de comando, o Ministério da Saúde já havia recomendado à Casa Civil que o projeto fosse vetado. A avaliação da equipe técnica da pasta, bem como de associações médicas que tentam barrar a liberação no STF (Supremo Tribunal Federal), é que a substância não passou por testes de comprovação de segurança e eficácia e, por isso, pode trazer riscos graves à saúde.
Questionado ao fim do encontro se acredita que a pílula é eficaz, Barros recuou e evitou comentar mais sobre o tema. “Não tenho opinião técnica sobre isso”, disse.
Barros assume o ministério em meio a uma crise orçamentária, que sofreu um corte de R$ 5,5 bilhões. A previsão é que haverá redução de custos de todas as ordens.
Formado em engenharia civil, o então deputado federal pelo PP-PR tomou posse como ministro da Saúde nesta quinta-feira (13), escolhido para a equipe do presidente interino Michel Temer (PMDB), que assumiu o governo em meio ao processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.
À imprensa, Barros disse que pretende investir em medidas para acelerar a aprovação de medicamentos no país. Em uma proposta polêmica, defendeu, por exemplo, que produtos que já tenham testes clínicos aprovados por agências reguladoras de outros países deixem de ter necessidade de novos testes hoje exigidos no Brasil, como nos casos de PDPs (parcerias de desenvolvimento produtivo, que visam a transferência de tecnologia). 

Campos 24 Horas

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