Agricultores do Noroeste Fluminense receberam nesta quinta, 01/12, da Fundação Banco do Brasil, os equipamentos para implantação de unidades produtivas do Sistema Agroflorestal (SAF). A entrega aconteceu em Santo Antônio de Pádua, cidade sede da Associação Central dos Produtores de Leite de Pádua (ACPROL), proponente do projeto. Luis Fernandes Lopes, presidente da ACPROL, recebeu o material entregue pelo Superintendente Regional do Banco do Brasil, Paulo César Colombo, e pelo gerente da agência do BB no município, Fábio Brasil.
O projeto, elaborado com apoio técnico do Sebrae/RJ, foi o único do Estado do Rio aprovado no edital da Fundação Banco do Brasil, e destinou R$ 200 mil para aquisição de 4 trituradores de resíduos, 1 triturador de resíduo de grande porte, 9 motosserras 30 serrotes de poda, 30 sistemas de irrigação compostos de bomba propulsora, borracha e fita gotejadora, e 30 escadas extensivas; além de R$ 39 mil para custear consultoria técnica para os agricultores. Os equipamentos serão utilizados em sistema de cooperação entre quatro associações de produtores do Noroeste: ACPROL, APROENF, APROCEN e APROBAN, que irão compartilhar os equipamentos de uso coletivo (trituradores e motosserras para poda).
O presidente da ACPROL disse que o projeto é uma oportunidade para incentivar os associados a diversificar a produção. “Não queremos depender exclusivamente do leite, e descobrimos que o SAF nos permite conciliar o trato com o gado leiteiro com a produção de frutas e hortaliças, porque é de fácil manejo”, afirma Luis Lopes. O presidente da APROENF, Jorge Martins, endossa. “O SAF é excelente para melhorar a qualidade do solo, e diminui o uso de água, porque o solo coberto mantém a umidade por mais tempo. É um sistema novo pra gente, e a chegada desses equipamentos, que são necessários para a manutenção do sistema, é essencial para a expansão dos cultivos na região”, diz Martins.
Integração proporciona avanço
Para a coordenadora da área de Alimentos e Bebidas do Sebrae/RJ, Mariangela Rossetto, a integração entre o poder público e as instituições envolvidas é determinante para o sucesso do projeto. “Esta sinergia que vemos aqui, com a atuação conjunta de diferentes instituições, resultou no fortalecimento dos produtores rurais da região. Eles estão unidos sob os princípios do associativismo buscando inclusão produtiva com a preservação dos recursos naturais”.
O analista Zequinha Consendey, um dos responsáveis pela mobilização dos produtores, também acredita que a cooperação técnica foi essencial para difundir o SAF na região. “Há um ano apresentamos o SAF aos agricultores, depois acompanhamos a implantação das primeiras unidades. A consultoria direta aos agricultores, realizada por técnicos do Sebrae e do Rio Rural, foi essencial. E esse projeto consolida a implantação do sistema, porque além dos 30 agricultores beneficiados com os equipamentos de uso individual, até 150 famílias poderão usar os equipamentos de uso coletivo que estão sob gerenciamento das associações de produtores”, esclarece.
Representantes das instituições parceiras do projeto participaram da entrega dos equipamentos. São elas: Sebrae/RJ, Programa Rio Rural, Emater-Rio, Pesagro-Rio, Embrapa, INEA, Fiperj, IFF, MAPA, secretarias municipais de agricultura e de meio ambiente, e associações de produtores.
Produção diversificada gera mais renda para o produtor
Um dos primeiros a implantar o SAF no Noroeste, Genilson Gonçalves, de Pádua, é um dos beneficiados. Ele já tem uma área de 2 mil m² e com a chegada dos novos equipamentos pretende ampliar a área para 5 mil m². “Antes de tudo, eu era produtor de leite. Conheci a agroecologia com o projeto PAIS, do Sebrae, em 2010. No ano passado, conheci o SAF e me encantei. Todos os meus cultivos estão concentrados em uma área só, facilita a mão de obra, permite grande variedade de produtos, economiza água. Quero expandir porque é possível trabalhar em uma área maior, sem me sobrecarregar”, diz Genilson.
Além de vender nas feiras orgânicas da região e nas chamadas públicas para fornecimento de produtos para a merenda escolar, Genilson descobriu um novo mercado. Pelo whatsapp ele recebe encomendas, monta as cestas e entrega diretamente aos consumidores. “Isso só é possível porque temos uma produção variada para atender os clientes”, afirma o agricultor.
O casal de agricultores Vanessa e Alessandro Gouveia, de Varre-Sai, também começaram com o PAIS. O SAF deles foi implantado nessa semana, agora vão instalar o sistema de irrigação que receberam através do projeto. “Eu me encantei pelo SAF, além da facilidade no manejo, a área fica linda! Quero implantar na propriedade toda, diversificar e aumentar a minha renda. Nós éramos comerciantes, não entendíamos nada de roça, sem o apoio dos técnicos, não teríamos conseguido. Hoje, não troco minha vida de agricultora por nada neste mundo!”, encerra Vanessa.
O NORTE FLUMINENSE
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