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domingo, 5 de novembro de 2017

MULHERES FAZEM ‘TOPLESSAÇO’ E RECEBEM APOIO DE BANHISTAS EM IPANEMA

Uma manifestação pela liberdade feminina se tornou o centro das atenções da praia de Ipanema, na Zona Sul do Rio, na tarde deste sábado. Quatro mulheres realizaram um toplessaço em frente ao famoso Posto 9. Ana Paula Nogueira, de 38 anos; Mary Kleinman, de 69; Laura Macedo, de 30; e Hannah Linhares, de 25; retiraram a parte de cima do biquíni para protestar contra episódios de conservadorismo no país e na cidade, como o cancelamento das negociações para a mostra “Queermuseu” no Museu de Arte do Rio (MAR). Elas foram aplaudidas por grande parte dos banhistas na areia.
— O Rio está ficando cada vez mais conservador. Se não colocarmos a cara na rua seremos cada vez mais massacrados: mulher, gay, a galera das artes. É importante marcar presença. A gente queria mostrar que o Rio não é uma cidade conservadora, não vamos deixar que se torne uma cidade conservadora. Fala pro Crivella que vai ter topless no fundo do mar também! — ironiza a jornalista e produtora de cinema Ana Paula Nogueira, organizadora do movimento, se referindo ao vídeo em que o prefeito do Rio aparece dizendo que a exposição “Queermuseu” só se apresentaria se fosse “no fundo do mar”.
A manifestação “Topless in Rio”, que tradicionalmente acontece no dia 20 de fevereiro (Dia de São Sebastião), chegou a sua quarta edição desde 2013. A professora de biologia Hannah Linhares participou pela primeira vez. Ela diz que não esperava experimentar uma sensação de liberdade tão grande:
— Esse é meu primeiro topless. Sempre tive muito hábito de ficar pelada em casa. Foi a primeira vez e foi interessante pra ver como as pessoas se aglomeram a sua volta. É uma sensação de liberdade muito grande. Não imaginei que eu fosse me sentir tão à vontade de ficar com peitos de fora até agora, mesmo após o ato. Acho que as reações de homens mostra como somos incubados. Isso sempre foi um tabu. Mulheres me disseram que querem ter essa coragem.
A aposentada Marize Andrade, de 59 anos, acompanhou a cena próxima do neto Paulo Vítor, de três anos. Enquanto a manifestação ocorria, ela ensinava ao pequeno a importância de respeitar o corpo da mulher, e ressaltava a importância de reagir com naturalidade ao ato:
— Ele não ligou para o fato de elas estarem sem sutiã. É natural. O que interessa é ser feliz, e não como. Desde que não machuque o próximo, não importa. Quero que ele saiba desde cedo que o que interessa é ser feliz. E respeitar o corpo da mulher.
Cenas da manifestação foram foram filmadas para um documentário que deve ser exibido no “Canal Brasil” em 2018.
— Criamos o movimento Topless in Rio que bolou uma série “Rio de Topless”, que entrará no ar no Canal Brasil no próximo ano. Já entregamos quatro episódios e hoje gravamos cenas para o último episódio é sobre toplessaço. Vamos falar sobre todas as edições que já existiram — explica Ana Paula Nogueira.

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