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quinta-feira, 16 de julho de 2015

MÉDICO MURILO FERRAZ EXPLICA NA CÂMARA AS RAZÕES QUE LEVARAM O HOSPITAL A COBRAR CONSULTAS

Era cobrar consultas ou fechar o hospital. A frase do médico Murilo Ferraz, dita na sessão da Câmara de Vereadores de Iconha, desta última terça-feira, explica bem porque o Hospital de Iconha – Hospital e Maternidade Danilo Monteiro de Castro –, que também serve à Prefeitura da cidade, passou a cobrar consultas. O médico Murilo, também jornalista por formação, foi claro e calmo nas explanações para o público presente e para os edis, que agora voltam suas atenções para o secretário de Saúde do município, Valmir Cavalini, que será chamado para ir à Câmara.
Murilo Ferraz abriu logo suas explicações dizendo que precisava da ajuda dos vereadores para que o hospital se mantivesse aberto e sem problemas financeiros como o que vem atravessando. “É uma conta bem simples e que deixou a gente (médicos e equipe do hospital) com poucas alternativas. As despesas que tínhamos mensais eram bem superiores à arrecadação, no caso Prefeitura e SUS, o que nos levava ao caminho do fechamento”, disse. Murilo usou até uma expressão médica para explicar a situação do hospital, caso não fossem feitas mudanças, como a cobrança de consultas. “O prognóstico era sombrio”, disse.
Com vasta experiência profissional, inclusive atuando fora do Brasil na guerra do Haiti, o médico gineco-obstetra, disse, na tribuna, que nas suas andanças por vários países do mundo e diversas cidades do Brasil, percebeu que haviam falhas a serem corrigidas na maternidade de Iconha e que precisava fazer algo.
Secretário disse que vai à Câmara de Vereadores
“E o fechamento de um hospital em uma cidade como Iconha é um suicídio político. Cai a confiança do povo com os políticos. Cai a confiança entre pacientes e médicos”, disse a uma plateia que assistia atenciosa.
Murilo Ferraz contou, então, que chamou amigos especializados em recuperação financeira de empresas para elaborar um plano de recuperação que pudesse reestabelecer a saúde econômica do hospital. “Adotamos o planejamento de que 5% de toda receita serão aplicados em melhorias, 20% para pagar as contas atrasadas, 20% na recuperação financeira e 55% na folha de pagamento”, explicou, grifando que o hospital tem uma das folhas mais enxutas de todo Estado.
“Estudamos todas as opções possíveis e escolhemos a cobrança de consultas para tentar resolver um déficit mensal bem elevado. Para isso, estamos usando o chamado Protocolo de Manchester, com algumas transformações menos rigorosas para serem aplicadas à realidade de Iconha”, explicou. O Protocolo de Manchester é aquele processo de classificação de pacientes, por meio do uso de cores – azul (não urgente), verde (pouco urgente), amarelo (urgente), laranja (muito urgente) e vermelho (emergência). O Hospital de Iconha, no caso, só passa a atender casos de urgência e de emergência.

AQUIES/Raul Marques

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