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quinta-feira, 10 de março de 2016

O GOLPE DA MULHER GRÁVIDA


A policial civil Raquel Margarida Rodrigues- escapou de um golpe no domingo. Foto:Carlos Alberto Silva.
Uma mulher grávida aparece na sua porta, se diz cansada e conta que foi colocada na rua pelo marido. Ela pede um copo de água e um local para sentar. Ao adentrar a residência da boa alma que ofereceu ajuda, dois comparsas chegam e fazem a limpa dentro do local. Quem alerta para o golpe é uma policial civil, que quase foi enganada pela falsa grávida. "Com mais de 25 anos de polícia, eu quase caí em um golpe", afirma Raquel Margarida Rodrigues.
Raquel conta que estava chegando em casa, no bairro Guaranhuns, em Vila Velha, no último domingo, quando se deparou com uma moça sentada na calçada do prédio dela. "Perguntei o que estava acontecendo. Ela contou que o marido a tinha colocado pra fora de casa. Ela estava chorando muito, passou a mão na barriga e falou que estava grávida", lembra.
Afirmando estar com a pressão baixa, a mulher pediu para entrar na casa da policial para se sentar um pouco e beber um copo de água."Falei que pra minha casa eram muitos andares de escada, mas que ia pedir para o meu filho descer com a água", diz.
A grávida recusou a ajuda e insistiu para entrar na casa. Raquel, que não tinha se identificado como policial, começou a desconfiar. "Perguntei o nome dela três vezes, mas ela chorava muito e nunca respondia. Perguntei o nome do marido, aonde ela morava, se tinha família na região e cada vez ela se enrolava mais", relembra.
Quando Raquel sugeriu pedir a uma viatura da PM que estava nas redondezas para levá-la para casa, a mulher se assustou, falou que havia melhorado e saiu andando em direção ao bairro Novo México.
A policial ainda estava na calçada quando um casal em um carro perguntou se ela havia visto uma moça chorando e falando que estava grávida. "Quando falei que ela tinha passado há pouco, o casal contou que o filho deles tinha aberto a porta para a moça e que, em seguida, dois comparsas entraram na casa, roubaram tudo e fugiram", diz.
O casal foi orientado a prestar queixa no DPJ de Vila Velha.
Pouco antes de Raquel, a golpista tinha tentado atacar um comerciante do bairro. Cleber Altoé afirma que a mesma moça, vestida de bermuda jeans, camisa branca e carregando uma sacola de roupas, perguntou aonde ele morava e se ele podia lhe dar um copo de água."Ela contou que estava grávida e com a pressão baixa. Mas eu estava longe de casa naquela hora", lembra o comerciante.

A Gazeta

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