Foto: Scheila Leal
Em entrevista na tarde desta sexta-feira (7) na Rádio Diário FM – 100,7 –, o secretário de Governo da Prefeitura de Campos e presidente estadual do PR, Anthony Garotinho, informou que surgiram indícios, alguns já com provas materializadas, de que a eleição em Campos foi fraudada. Segundo ele, algumas discrepâncias já vinham sendo informadas por vários eleitores, porém “relevantes”, mas, após examinar boletins de várias urnas, “há evidências de que alguma coisa aconteceu”. Garotinho afirmou que as constatações serão encaminhadas ao Poder Judiciário.
Garotinho informou que em todas as pesquisas antes do pleito apontavam um equilíbrio entre os candidatos Doutor Chicão (PR) e Rafael Diniz (PPS), e informavam ainda uma grande chance de haver segundo turno. “Após a abertura das urnas, mostrando a vitória de Rafael Diniz no primeiro turno, reconhecemos a vitória dele, pois acreditamos na soberania popular. Acontece que de ontem (quinta-feira, dia 06) até hoje (sexta), começaram a surgir coisas complicadas”, disse.
De acordo como presidente, “como admitir que numa mesma escola, no mesmo prédio, o resultado de uma seção aparecia um candidato com o dobro de votos do outro, quando na seção ao lado, o outro candidato apareceu na frente com o triplo de votos? Isso sem falar que o resultado dos demais candidatos se mantiveram coerentes, como, por exemplo, Caio Vianna, que teve quase o mesmo número de votos, com uma diferença muito pouca, nas suas seções. Estamos suspeitando que as urnas foram adulteradas antes da votação”, revelou.
Garotinho lembrou que a Polícia Federal, há anos, vinha informando, em âmbito nacional, que tem convicção de que há uma quadrilha que frauda eleições. “Mas nunca iríamos imaginar que isso iria ocorrer em Campos, porque não temos tradição disso, tanto que logo reconhecemos a vitória de Rafael Diniz e afirmamos que o povo é soberano e livre.
Agora, a partir do momento que os indícios passam a ser fortes, me reservo a dizer que a eleição está sob suspeita”.
Garotinho esclareceu ainda que muita gente pode ter votado após o término da votação. “Em uma única urna, 58 pessoas podem ter votado depois das 17h, em um intervalo de 10 minutos. Tudo bem que em alguns locais tivessem filas, mas 58 pessoas votarem depois das 17h é no mínimo muito estranho. Temos mais situações que deverão ser apuradas pelos órgãos competentes”, ressaltou.
“Até ontem (6), eu reconhecia a legítima vitória de Rafael Diniz. Agora, a partir do momento que a vontade do povo pode ter sido alterada, temos que solicitar apurações. Como uma coligação que elege três vereadores e elege prefeito, enquanto outra coligação elegeu 18 vereadores? Até aí tudo bem, pois acreditávamos que muitas pessoas votaram no candidato a vereador, mas não votaram no candidato a prefeito. Mas como é que tantas pessoas votaram depois das 17h? Como num colégio pode ter havido um acachapante número de votos em seções ao lado? Estes são três episódios, mas existem outros mais graves. Não é choro de derrotado. O que queremos, neste momento, é garantir a lisura do direito do povo”.
O Diário
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