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sábado, 11 de novembro de 2017

IRMÃS DO ES FAZEM SUCESSO COMO BORRACHEIRAS E MANDAM RECADO NA WEB: ‘PODEMOS SER TUDO QUE QUISERMOS’

Ulliana e Myllena trabalham como borracheiras na borracharia do pai, em Guarapari (Foto: Reprodução/ Facebook)

Irmãs trocam pneus, fazem remendos e mexem com câmara de ar (Foto: Reprodução/ Facebook)
Foto:G1/ES
Duas irmãs, de 17 e 20 anos, decidiram enfrentar o preconceito e trabalhar como borracheiras na borracharia do pai, em Guarapari, no Espírito Santo. Mesmo diante dos olhares desconfiados de alguns clientes, elas garantem que nada as faz desanimar: “Nós podemos ser tudo aquilo que quisermos e ninguém pode dizer o contrário”, escreveu uma delas em seu perfil no Facebook.
A mais velha, Ulliana Nascimento, conta que ela e a irmã nunca se interessaram por trabalhar na borracharia do pai, que já existe há 18 anos. Mas, há oito meses, quando o marido dela ficou desempregado, atuar como borracheira foi a saída que ela encontrou para pagar as contas.
A jovem diz que no começo foi difícil, e que teve muita ajuda do pai para aprender a atividade. Mas hoje, ela garante que gosta do que faz, e que não deixa o preconceito desanimá-la.
“Alguns clientes, na maioria das vezes homens, não confiam muito. Às vezes, eu estou desocupada, mas eles preferem esperar outro borracheiro desocupar do que deixar eu fazer. Eu percebo que tem cliente que fica em cima, porque não confiam 100%”, disse.
Assim como Ulliana, a irmã mais nova, Myllena Ramalhete, troca pneus, faz remendos e mexe com câmara de ar. Ela começou na borracharia há menos tempo, cerca de duas semanas, e destaca que, embora exista o preconceito, há aqueles que reconhecem o valor do trabalho delas. “Tem gente que parabeniza a gente por trabalhar como borracheira”, contou.
Além da desconfiança, Ulliana conta que precisa lidar com o assédio do público masculino. “Isso, infelizmente, acontece a todo momento. Não tem um dia sequer sem ter um ou outro que joga uma cantada, que olha de um jeito diferente, mas a gente já está mais acostumada. Eu falo mais alto, falo que sou casada”, disse.
Mesmo diante das dificuldades que precisam enfrentar diariamente, elas contam que pretende continuar na área, até começarem as carreiras que almejam para o futuro. Ulliane pretende cursar fisioterapia, e Myllena quer ser policial.
“Eu fico surpresa comigo, porque sempre fui uma pessoa que nunca se interessou por esse tipo de serviço, mas acabei criando uma certa paixão, comecei a dar mais valor ao trabalho”, concluiu Ulliana.

G1/ES

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