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terça-feira, 14 de novembro de 2017

LAVA JATO MIRA DEPUTADOS ESTADUAIS E EMPRESÁRIOS DE ÔNIBUS DO RIO

The president of the Rio de Janeiro state legislative assembly, Jorge Picciani of the Brazilian Democratic Movement Party (PMDB), discusses his March 29 interrogation by the federal police, during a plenary session in Rio de Janeiro, Brazil, on March 30, 2017. Picciani was questioned by the police in connection with the scandal involving a sprawling corruption network in which politicians and major contractors embezzled from state oil company Petrobras, as revealed by the Operation Car Wash investigation. / AFP PHOTO / YASUYOSHI CHIBA
Deputado e presidente da Alerj Jorge Picciani
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (14) a Operação Cadeia Velha, que tem como objetivo cumprir dez mandados de prisão preventiva e temporária, busca e apreensão e condução coercitiva contra três deputados estaduais.
São alvos de mandado de prisão três empresários ligados ao setor de ônibus: Jacob Barata Filho, Lélis Teixeira e José Carlos Lavouras, todos alvos da Operação Ponto Final, deflagrada em julho.
O presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Jorge Picciani (PMDB), foi intimado a depor. O filho do deputado, Felipe Picciani, é alvo de um mandado de prisão. Ele é executivo na empresa Agrobilara, sob suspeita de ser usada na lavagem de dinheiro da propina.
Também foram chamados a prestar depoimento Paulo Melo (PMDB), ex-presidente da Assembleia, e Edson Albertassi (PMDB), que já foi líder do PMDB na Alerj.
O nome da Operação Cadeia Velha é uma referência ao fato do local onde está a Alerj ter sido, no período colonial, uma prisão.
Os mandados foram autorizados pelo desembargador Abel Gomes, relator da Lava Jato no Tribunal Regional Federal do Rio. Eles têm como base a delação do doleiro Álvaro Novis, que declarou ter distribuído cerca de R$ 500 milhões entre 2011 e 2015 em propina para políticos a pedido de empresários de ônibus.
A Operação Ponto Final, que teve como foco a suposta quadrilha comandada pelo ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), apontou pagamentos de cerca de R$ 260 milhões. Os R$ 240 milhões restantes referem-se a pessoas com prerrogativa de foro privilegiado.
O Ministério Público Federal chegou a pedir a prisão dos três deputados, por considerar que cometiam crimes em flagrante, como lavagem de dinheiro e associação criminosa. Gomes, contudo, deferiu a condução coercitiva dos parlamentares.
De acordo com a Procuradoria, os três deputados “formam uma organização integrada ainda pelo ex-governador Sérgio Cabral e que vem se estruturando de forma ininterrupta desde a década de 1990”.
TCE
O MPF diz ainda que a tentativa de nomeação de Albertassi como conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado) “pode ter sido uma manobra para que a organização criminosa retome espaços perdidos com os afastamentos de conselheiros determinados pelo STJ, e também uma forma de atrapalhar as investigações, ao deslocar a competência para a apuração dos fatos e tirar o caso do TRF”.
A indicação do deputado, feita pelo governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), foi barrada pela Justiça. O caso provocou inclusive a demissão do procurador-geral do Estado, Leonardo Espíndola, que se recusou a defender a indicação no Tribunal de Justiça.
Pelas Constituição, a vaga aberta no TCE seria destinada a um auditor de carreira, e não a um deputado.

Informações do Jornal Folha de S. Paulo

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