Município do Norte Fluminense tem um dos menores IDHs do Estado do Rio, mas gasta R$ 6 milhões em contrato emergencial com empresa de lixo;
São Francisco do Itabapoana, no Norte Fluminense, é uma cidade pobre. Tem um dos piores Índices de Desenvolvimento Humano do Estado do Rio (IDH). O município, além da miséria, é castigado pela corrupção política.
Em março de 2012, o então prefeito Beto Azevedo (MDB) e o secretário de Saúde Cristiano Salles foram presos pela Polícia Federal acusados de desviar verbas do Sistema Único de Saúde (SUS). Na ocasião, também foram presos o ex-secretário de Saúde Fabiano Córdova e os donos da Clínica Fêrnix, Fábio Silva e Juliana Meireles.
O grupo era acusado de desviar R$ 2,5 milhões em um esquema que teria fraudado pagamentos de exames do SUS em laboratórios privados. Agora o mal cheiro exala no negócio do lixo e tem tudo para, no mínimo, gerar fortes tempestades na cidade litorânea.
A empresa A JL & M Construtora e Incorporador LTDA-ME, fundada em setembro de 2010 está contratada por meio de um contrato emergencial para execução dos serviços da coleta de resíduos sólidos. A empresa está recebendo da Prefeitura mais de R$ 500 milhões anuais, segundo denúncia do blogueiro Ralph Reis, do site Diário da Planície.
São Francisco tem 40 mil habitantes. A prefeita Francimara Lemos (PSB) exerce o primeiro mandato e formalizou o contrato emergencial desde sua posse em janeiro de 2017.
Entre moradores, pouco se sabe sobre os atores que atuam nesses negócios envolvendo lixo. A JL & M Construtora e Incorporadora LTDA-ME tem como proprietário Luiz Henrique de Souza Barbalho, apontado como um próspero empresário no ramo do lixo.
Esta mesma empresa, segundo denúncia de Reis, é responsável pelas coletas de resíduos sólidos em várias cidades do Estado do Rio de Janeiro, destacando-se, além de São Francisco, o município de Bom Jesus de Itabapoana e Itaperuna, ambos localizados no Noroeste Fluminense. É interessante observar que a atividade principal da empresa é construção de edifício. Lixo é um negócio secundário. Nessas cidades do interior, também vale destacar, que todos esses contratados de lixo trem modus operandi similares: foram formalizados de forma emergencial, sendo que em Bom Jesus o preço é mais barato. O contrato estaria em R$ 300 mil/mensais.
Nas terras de povo com hábito franciscano e Prefeitura que devota contratos opulentos, o que chama atenção não é apenas o valor mais caro do negócio, mas a atuação desenvolta de uma jovem senhora, denominada “rainha da sucata”, que representa os negócios do senhor Barbalho.
Portal Viu
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