Com uma história social marcada pela cultura tradicional do quibe, legado da colonização libanesa e pela produção de mármore, Italva completa 32 anos de emancipação político-administrativo. Nesta segunda-feira (11), a programação prevê show nacional com a cantora Naira Azevedo e, na terça, fechando a programação cultural, sobe ao palco montado na Fazenda Experimental Boa Vista, a cantora Larice Barreto.
— Festejar mais um ano da cidade é renovar esperanças de celebrar a amizade numa terra abençoada pela Imaculada que recebe todos que passam pela terra do quibe. Uma cidade de um povo acolhedor. Desde que cheguei a Italva aprendi a amar essa terra — disse Pe. Maxiliano Barreto, da Paróquia N. S. da Conceição.
Com população estimada em 15 mil habitantes e economia agrícola, Italva ainda preserva suas tradições da fé católica e das folias de reis. Atualmente acontecem atividades desenvolvidas pela prefeitura que promove encontros para a valorização da cultura local. O comerciante João Mioti fala de um êxodo da população jovem que acabou se mudando para outros centros urbanos para estudos ou em busca de trabalho. Restaram algumas famílias tradicionais que resistem em manter o legado familiar na agricultura com a produção de hortaliças e produtos das lavouras localizadas na zona rural.
— Lamentavelmente, os mais jovens saíram da cidade para estudar nas cidades, por lá se formaram, casaram e a população foi envelhecendo. Na economia, a produção do mármore foi perdendo espaço e ainda hoje a agricultura movimenta a economia. Em relação à tradição do quibe perdemos muito a força dessa cultura. Os libaneses foram morrendo e os mais jovens não valorizam essa herança cultural. E ainda se mantém essa tradição com umas poucas famílias que continuam guardando as receitas das comidas árabes — disse João Mioti.
Marco da acolhida
Um letreiro turístico foi inaugurado na quinta-feira (7), na Praça da Matriz. Construído em mármore branco produzido no município é uma demonstração de amor à terra pelos italvenses. Moradora da cidade Roberta Bretas fala de seu amor por sua terra. O letreiro turístico valorizou ainda mais a cidade! Quem ama Italva de verdade gostou de ver essa homenagem.
Nascida no Rio de Janeiro, Fabiana Porto se considera italvense e fala das mudanças nestes 32 anos, mas gosta de morar na cidade onde casou e hoje é locutora da Rádio Aliança, onde apresenta um programa diário. Sonha com um futuro com mais oportunidades de trabalho para evitar que os jovens tenham de sair para procurar educação e trabalho nos grandes centros urbanos onde acabam convivendo com a violência urbana.
— Vejo quanta coisa já mudou nesses 32 anos e fico feliz com isso. Estradas de chão agora estão asfaltando. Desejo que italva cresça mais dando emprego para os jovens e estudos para não precisarem sair. Tenho fé que ainda vou ver isso. O que mais me encanta em italva é o acolhimento. Somos muito acolhedores com os de fora. Quem já foi de Italva e hoje mora longe sente saudades porque é uma cidade que marca quem aqui mora. Parabéns italva pelos 32 anos de emancipação — destaca Fabiana.
Folha 1
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