Rio Muriaé chegou a pior marca da história com 21 centímetros.
A lagoa do Assentamento Francisco Julião, em Cardoso Moreira, no Noroeste Fluminense, secou completamente há aproximadamente um mês. O município enfrenta a pior seca dos últimos 50 anos, segundo a Secretaria de Agricultura, e nesta semana o nível do Rio Muriaé, principal fonte de abastecimento de quatro municípios, atingiu a pior marca da história, chegando a 20 centímetros. Sem água até para o consumo, diversos agricultores que moravam no assentamento se mudaram para o Centro da cidade.
Até o início deste ano, a lagoa do Assentamento Francisco Julião era utilizada para alimentar animais e para a criação de peixes da espécie tilápia, além de ajudar na produção de alimentos cultivados no local. E há cerca de quatro meses o nível da lagoa, que passava dos três metros, começou a baixar até secar por completo há aproximadamente um mês, como explica a Secretaria de Agricultura.
“A gente tinha uma produção aqui de 4, 5 mil peixes, de cinco em cinco meses e hoje se encontra nessa situação que vocês tão estão vendo ai. No momento nós não temos água potável nem para nosso consumo e está ficando difícil. A maioria dos moradores daqui está descendo para a cidade atrás de trabalho, de água pra tomar, porque está tendo dificuldade”, disse o assentado Antônio Silva.
O nível mais baixo do rio foi registrado nesta terça-feira (21) quando atingiu a marca de 20 centímetros, ficando abaixo dos 24 centímetros registrados em setembro. O nível esperado pela Secretaria de Agricultura para este período era de dois metros.
“Nós nunca presenciamos isso. Em 50 anos é a pior seca que nós estamos passando, estamos vivenciando. A preocupação nossa é não chover por esses dias. Se não chover, eu tenho certeza que vai se agravar muito mais a vai ficar muito difícil pra nós aqui”, afirmou o secretário de agricultura, Helvécio Azevedo, ressaltando que a prefeitura está acionando os governos Estadual e Federal com pedido de ajuda.
O Rio Muriaé abastece quatro cidades do Noroeste, que são: Laje do Muriaé, Itaperuna, Italva, Cardoso Moreira. O rio também passa pelo município de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense.
Estiagem na região
O Comitê do Baixo Paraíba informou que um questionário com dados sobre a situação ajudará na elaboração de planos de ação para a reestruturação vegetal das margens dos rios e proteção das nascentes.
"Toda estrutura vegetal foi devastada ao longo dos anos. Precisamos identificar os recursos que ainda existem e fazer reestruturação vegetal para que as nascentes que ainda existem não morram. Isso é importante porque, havendo chuva, essa não vai escoar para o mar, por exemplo", disse o diretor Leandro Peixoto.
Além disso, os municípios membros do Conselho dos Secretários de Meio Ambiente (Cosema), que abrange 15 municípios do noroeste e São Fidélis, estão articulando para cobrar ações das concessionárias de água.
Do G1 Norte Fluminense, com informações/Inter TV
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